A doença de Maria Pestana de Adalgisa Alencastre Telo transformou a filha em sua cuidadora e, apesar das dificuldades, a atriz quer ter quem a trouxe ao mundo junto a si, em casa, até conseguir. Alexandra Lencastre preocupada com saúde da progenitora, que sofre de Alzheimer: “Chama-me mãe muitas vezes”.
Alegria, força de viver e boa disposição são palavras de ordem para descrever Alexandra Lencastre, atriz admirada por muitos e dona de um talento inegável. Foi assim que se mostrou na apresentação da nova edição de “Dança com a Estrelas”, concurso da TVI em que volta a desempenhar funções de jurada. Contudo, o sorriso rasgado e as piadas sempre prontas não são suficientes para fazer esquecer algo que a tem afligido nos últimos tempos: a doença da mãe, Maria Pestana de Adalgisa Alencastre Telo, que é carinhosamente tratada por Gilsa, que está com “Alzheimer profundo”, como contou, e já não a conhece.
“É bonito, é triste, às vezes é muito compensador, mas durmo de consciência bastante tranquila”
Com a progenitora a viver consigo, Alexandra tornou-se a sua cuidadora e explica como é este seu novo e tão importante papel. “É bonito, é triste, às vezes é muito compensador, mas durmo de consciência bastante tranquila por tê-la ao pé de mim, e vai ser assim até poder, enquanto tiver força. Ela chama-me mãe muitas vezes, portanto, acho que na cabeça dela o papel também se inverteu. Sou, de facto, uma cuidadora, mas a minha mãe é um amor. Não conheço ninguém que não tenha gostado dela ao longo da vida. O Zé Wallenstein apaixonou-se pela minha mãe e tudo”, diz a atriz, em primeiro lugar. E revela que Gilsa, de 80 anos, está, apesar da doença, ainda “muito ágil fisicamente”, fazendo, inclusive, exercício físico diariamente e apanhando o seu solzinho. “Está bronzeada, feliz e cheia de vitamina D”, atira, em seguida.
“Temos de gerir com sensatez, às vezes com algum distanciamento e com o nosso coração, obviamente”
Mas como é que Alexandra consegue conciliar a carreira, os muitos afazeres profissionais, com este cuidado que presta à mãe de forma tão próxima? “Tal como se gere ter filhos e trabalhar ao mesmo tempo. Temos de gerir com sensatez, às vezes com algum distanciamento e com o nosso coração, obviamente. Tem de haver muita emoção e dedicação, temos de nos anular muitas vezes, como fazemos pelos nossos filhos e pelas pessoas que amamos. E quando uma pessoa está tão fragilizada com uma doença assim, perde o contacto com a realidade, perde muitos prazeres e qualidade de vida. Às vezes pequenos prazeres, como desenhar, pintar, mexer, ou seja, ela tem uma idade mental para aí de 3 anos”, revela, em seguida, a diva das novelas. A estrela partilha todos os pormenores sobre a fragilidade da mãe sempre com enorme ternura.
“Às vezes lembra-se, o nome Alexandra Lencastre diz-lhe qualquer coisa, assim como de outras coisas. Sabe, por exemplo, o nome dos pais, faço-a escrever o nome dela e os nossos nomes. E como sempre foi um doce de pessoa, é um doce de doente. Não é rabugenta, não é exigente, torna tudo mais fácil e mais querido. As próprias netas, que se assustaram muito com a previsão de como é que vai ser a partir de agora, instalam-se ao pé dela e põem o ‘Rei Leão’ ou o ‘Hércules’, filmes que viam com ela quando eram pequeninas, e estão conectadas imediatamente. Tudo o que é feito com amor, e também com sensatez, é sempre bem feito, e temos de amar os nossos até o fim.”
Percorra, em seguida, a galeria de imagens. Alexandra Lencastre preocupada com saúde da progenitora, que sofre de Alzheimer: “Chama-me mãe muitas vezes”.