Sou amigo de Eduardo Beauté e Luís Borges. O que escrevo aqui já disse a um e a outro. Fui daqueles que acreditou no amor deles, na história que construíram e na família que criaram. Vivi de perto uma ou duas crises, que entendi sempre como problemas normais dos casais que sofrem com o desgaste do tempo. Reparei depois que a relação teria terminado a sério. A incompatibilidade de feitios entre os dois é evidente. A idade também ajuda a criar um fosso entre ambos, e as ambições para o futuro de cada um são decisivas. Seria tudo normal e maravilhoso, não estivessem no meio deles três crianças que se juntaram ao estatuto de família feliz que sempre nos foi mostrado. O amor acabou? Não me parece. Acredito que acabou a vontade de estarem um com o outro, pois a falta de comunicação é tanta que não consegue juntar os lados. Cada um terá a sua razão, não me cabe a mim avaliar isso, mas terei de ser eu, que publicamente os defendi e os elogiei, a criticar agora. Não é por atravessarem um processo de divórcio que devem trocar galhardetes menos bonitos em praça pública. Não faz sentido nem fará bem a nenhum dos dois, porque ambos estarão sempre unidos pelos laços dos filhos, mesmo que façam caminhos separados. A exposição mediática foi imensa, e é preciso cautela, pois quem pagará a fatura serão as três crianças que um dia juraram proteger. Eduardo e Beauté são adultos, por isso, entendam-se.