Nunca perdeu o sorriso ou a capacidade de acreditar quando há seis anos lutou contra um cancro na mama, mas, agora, Fernanda Serrano confessou que, além do medo de não ficar bem, sentiu que a sua autoestima tinha sido fortemente abalada. Logo ela, para quem a beleza também é uma ferramenta de trabalho. “Punha-me a olhar para fotografias e pensava ‘nunca mais vou ficar assim’ e é muito doloroso”, afirmou. “Até as mulheres que viveram com uma autoestima elevada, que era o meu caso, se vão abaixo. Nunca pensei voltar a sentir-me confiante, bonita”, confessou.
Para resgatar a confiança perdida, obrigou a cuidar-se mais, mesmo quando o cabelo e os pelos caíram. “Há que olhar para o lado positivo: não temos de ir à depilação. [risos] Nunca pus tantos ganchos como quando tinha a prótese capilar e usava rímel dia e noite. Tornei-me mais feminina numa altura em que não me sentia nada assim.”
Hoje, sente-se de novo bem no seu corpo e foi isso que, aos 40 anos, a levou a fazer uma produção ousada para uma revista masculina. “Aceitei para que as pessoas que se sentem como me senti pensassem que, afinal, é possível voltarmos lá.” O que mudou mesmo foi a forma como encara a vida. “Achava que era imortal, a valente, muito rija, como diz a minha filha Laurinha. Achava que era invencível e, agora sei que sou a mais comum das mortais”.
Quem não imagina o que se passou com a mãe são os filhos, Santiago, 8 anos, Laura, 6, e Maria Luísa, 4. “Eles não sabem de nada. Acham que o livro que escrevi, “Também Há Finais Felizes”, tem a ver com uma novela. Nenhum dos três faz ideia. Um dia contarei e já pensei como irei gerir isso, mas não consigo resolver o assunto com esta antecipação”.