Juntamente com o Fundo de Garantia Automóvel, Filomena e Milton Angélico foram condenados pelo Tribunal de Aveiro a pagar uma avultada indemnização a Armanda Leite. Os pais de Angélico Vieira, os seus herdeiros, foram declarados responsáveis pelos danos sofridos pela jovem que, hoje com 23 anos, ficou incapacitada física e psicologicamente na sequência dos ferimentos causados pelo acidente de viação.
A antiga manequim de raízes angolanas era amiga do cantor e seguia com ele no carro na fatídica noite de 25 de junho de 2011. A sentença foi lida no dia 27 de dezembro e o advogado dos pais do cantor, Nuno Areias, já fez saber que “eles vão recorrer da sentença”. O tribunal considerou que o ex-membro da banda D’ZRT conduzia a viatura e adotou uma “conduta culposa” que esteve na origem de um acidente, tendo em conta a velocidade “clara e manifestamente excessiva” que era imprimida ao veículo. Porém, o advogado de Milton e Filomena defende que a verdadeira causa do acidente foi o rebentamento do pneu traseiro da viatura. É também isso que refere o acórdão do Tribunal da Relação do Porto, quando apreciou o processo cível intentado pelos pais de Hélio Filipe Van Dunem, a outra vítima mortal do acidente que custou a vida a Angélico Vieira.
Num primeiro processo cível, julgado em junho de 2015, os três réus (os pais de Angélico, o Stand Impocar, propriedade de Augusto Fernandes e o Fundo de Garantia Automóvel) foram condenados a pagar uma indemnização de 117 mil euros aos pais de Hélio. No entanto, essa decisão foi revogada pelo Tribunal da Relação do Porto, que absolveu os pais de Angélico do pedido, considerando que não podia ser atribuída qualquer culpa ao cantor na produção do acidente.
O casal e a sua defesa esperam que o mesmo aconteça em relação ao caso de Armanda Leite e que fiquem, de uma vez por todas, encerradas todas as questões processuais referentes ao único filho que tinham e que perderam há quase seis anos.