Nunca houve dúvidas para Bárbara Branco: atriz era o que queria ser para o resto da vida. Comunicou-o em casa quando tinhas apenas 13 anos e nunca mais deixou de trabalhar para que os sonhos acontecessem. Tudo com o apoio total da família, que a deixou ser o desejava desde o primeiro minuto. “Tenho uma família que me apoia em tudo, que sempre me permitiu voar. A minha mãe sempre me disse: ‘Não quero saber se és a melhor no que fazes, em que área estás, quero é que sejas feliz’. Teres a tua mãe a dizer-te isto quando tens 13 ou 14 anos não é comum. Deu-me logo uma base de trabalho segura, porque sabia que ia ter sempre um porto de abrigo.” E assim caminhou, passando pela Escola Profissional de Teatro de Cascais, onde aprendeu a “trabalhar muito”. Atualmente, todos lhe reconhecem o talento, até a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), que lhe atribuiu, há poucos dias, o prémio de Melhor Atriz de Teatro. A Bárbara, que tem apenas 20 anos. “Fiquei louca! Liguei a toda a gente. Foi a grande notícia que tive, além da novela e depois da pandemia”, conta.
Com exceção da enorme felicidade que sentiu, nada mudou na sua maneira de ser ou de trabalhar. O foco mantém-se inalterável. Talvez por isso dê tudo quando chega ao estúdio e veste a pele de Vera, a vilã da nova novela do canal de Queluz e a sua primeira protagonista em televisão. “Ninguém nos prepara para a intensidade que é fazer uma protagonista, mas já tive oportunidade de fazer algumas em teatro.
O exercício é compreender e ter amor pela personagem”, explica. O que não quer dizer que não tenha uma opinião formada sobre a menina rica e solitária que está a interpretar. “Ela é uma verdadeira filha da mãe! Vai irritar os telespectadores, vai mexer com a história e tramar a vida de toda a gente. É uma personagem apaixonante, também porque, atrás de toda a armadura que tem, há um lado frágil, quase como se não tivesse amor e estivesse constantemente à procura dele no sítio errado, um amor que não lhe foi dado pelo pai.”
Namorados na ficção e fora dela
Amor é coisa que não falta a Bárbara, que até já partilha casa com José Condessa. O casal volta a fazer par, mas a atriz explica que o da ficção é pouco apaixonado. “No que diz respeito à Vera e ao David há mesmo uma relação já cansada e estagnada e vamos acompanhar esse estado deteriorado da relação e a passagem do David para a Maria Rita [Kelly Bailey]”, afirma. Também não os incomoda fazerem um casal. Distinguem bem os dois lados da vida. “São coisas diferentes, até porque, para mim, a minha casa sempre foi um espaço meu, pessoal. Nem sempre me apetece estar rodeada de gente, defendo o meu espaço. Chegar a casa é ‘despir’ tudo o que se passou durante o dia. Agora, também é estudar as 20 cenas para o dia seguinte, mas também ouvir a minha música, ver uma série – comecei a ver ‘Normal People’ – e desligar.” Ultimamente anda tão cansada que adormecer no sofá também é algo que faz com frequência. Já cozinhar… deixa para Zé Condessa. Sente que se esforça, mas não tem jeito. Calha-lhe lavar a loiça e tratar da marmita que leva para as gravações.