Inês Martins está de luto. A empresária que ficou conhecida do grande público na primeira edição de “Quem Quer Namorar com o Agricultor?” sofre pela perda gestacional da irmã às 39 semanas.
Em primeiro lugar, Inês Martins admite a dificuldade em abordar o tema. “Não quero escrever isto. Não queria partilhar isto. Tristezas não, recuso-me. Partilho o meu dia a dia com vocês, especialmente aqueles momentos caricatos ou umas fofices da minha família. Mas tristezas não. Não quero”.
Em seguida, expõe o que aconteceu: “Ouvimos histórias mas a nós não.Não vai acontecer.. E aconteceu. Nunca mais me vou esquecer do telefonema da minha irmã a chorar, a chamar-me para junto dela.Pronto já estou a chorar.Foi aterrador. O nosso Léo.Não nãaao.O nosso Léo que já era tão vivo na nossa vida, decidiu virar anjinho às 39 semanas ainda no ventre da mãe. A mãe que estava tão feliz e ansiosa por o ter nos braços.”.
Logo após, Inês fala de revolta e incompreensão perante oq ue aconteceu. “Correu sempre tudo tão bem. Ninguém merece. Muito menos a minha irmãzinha. Quis o universo que fosse eu a vir conhece-lo ao vivo e vou pensar nisso como uma bênção. Tão poucos minutos para bater os olhos naquele bebé que já morava no nosso coração. Vinha tão lindo, tão grandinho, perfeitinho. Quase 4 kg.Porquêeeee?”
Revolta e negação
Inês Martins continua o seu relato sobre este luto. “Ao longo de todo este tempo no hospital tentei vestir a pele da minha irmã, a pele de uma mãe que ouve o que nenhuma mãe merece ouvir. Uma mãe que sem forças e ainda em negação, tem que passar por um parto que devia ser emocionante com lágrimas de felicidade mas teve que passar a ser em modo despedida brusca e injusta. Como se lhe arrancassem a vida dos braços. Após isso ainda passar num corredor cheio de berços. Retratos de bebés nas paredes. Depois…Chegar a casa e…Não…Ninguém consegue vestir a pele. Ninguém merece.Não não não”.
Dessa forma, admite viver em revolta. “Até está impossível de pensar na frase: “-Nada acontece por acaso e mais lá à frente tiramos uma aprendizagem de tudo isto” . Porra não”.
Por fim, remata: “Somos uma família bastante unida e mesmo unida hoje levou um tombo grande e perdemos as forças. Ouve-se dizer que agora é uma questão de tempo. Não é. É impossível, ninguém nos ensina a superar o i nexplicável,a injustiça.Porque o mundo é assim, há coisas que não se explicam . Há injustiças por toda a parte. Calhou nos a nós. Cabe-nos agora unir ainda mais. E pedir-vos uma onda de amor. Porque já nada nos traz o nosso Léozinho. Mas a verdade é que viverá sempre dentro de nós. Nosso Léo.”