É muito bom fazer amor, mas não quando o ato se torna em algo doentio. Quem sofre deste mal nem sempre faz ou pensa mais em sexo do que quem não padece dele. A diferença está, essencialmente, no prejuízo que esse tipo de comportamento acarreta na vida pessoal e profissional do indivíduo, uma vez que a compulsão sexual é uma dependência como a que existe do álcool, da droga ou do jogo. E como é que se dá conta dessa situação? Quando a pessoa perde a liberdade de não conseguir controlar os seus impulsos. É sabido que o homem deseja sempre o que não tem ou então o que perdeu. Esses desejos não satisfeitos podem ter consequências perturbadoras. A terapia, individual ou em grupo, pode ser uma boa ajuda.
Sofrimento constante
O vício do sexo é encarado como algo que acontece espontaneamente, em que a pessoa apresenta um nível elevado de fantasias sexuais, aumento da frequência sexual em atos compulsivos e consequentemente um descontrolo. Esta patologia causa um grande sofrimento aos homens e mulheres que dela padecem, já que acaba por prejudicar as suas atividades profissionais, os relacionamentos amorosos e a saúde. A atividade masturbatória após o coito e a procura constante de parceiros sexuais são os principais sintomas. Por outro lado, quando se tenta controlar o ímpeto para o sexo, surgem sensações de tensão e ansiedade, que podem culminar em depressão.
Medo e solidão
Podem distinguir-se diferentes níveis de vício do sexo: masturbação, prostituição, voyeurismo ou pedofilia. Encarado como uma dependência grave, o desejo sexual hiperativo está relacionado com aspetos do comportamento, em que o ato constante da procura do prazer sexual é algo que tranquiliza, que diminui sentimentos de ansiedade, medo e solidão. No que diz respeito ao tratamento, normalmente é feito com a ajuda do psiquiatra ou do terapeuta sexual. Por outro lado, os grupos de apoio também são uma ajuda.
Prazer efémero
É uma realidade que o objetivo dos viciados em sexo é obtenção de prazer, prazer esse pouco duradouro. O orgasmo pode ser um alívio, mas no momento seguinte há um vazio e um desgaste. Não há continuidade na relação nem tão-pouco afetividade. No fundo, é esse vazio que motiva os viciados a procurarem mais e mais. De acordo com estudos feitos, o vício do sexo é muitas vezes uma forma de escapar aos problemas do dia-a-dia e quanto mais difícil é o quotidiano maior é a frequência das relações sexuais. É uma mistura de prazer e cansaço.
Como é feito o diagnóstico?
Apesar de ser um problema que não é recente, o sexo patológico ainda não é muito conhecido. O diagnóstico começa com uma avaliação psiquiátrica e alguns especialistas acham que a origem podem ser orgânica, mas pouco se sabe ainda. A forma de tratamento mais usada é a psicoterapia individual ou em grupo.
Conselhos a reter
Quem sofre deste problema deve procurar ajuda médica. Muitas vezes, o simples desabafo com um amigo pode ajudar a encarar o problema de forma positiva e a procura imediata de auxílio. Ter um parceiro fixo ajuda a tratar o problema, pois existe afetividade, carinho e não apenas o prazer pelo prazer.