Faz realmente sentido a utilização de termómetros tipo pistola à entrada dos edifícios e empresas? Não será só perda de tempo? Quem tem febre, à partida não sai de casa para ir às compras ou ir trabalhar. Luís Lisboa
É largamente divulgado que temperatura igual ou superior a 38 oC é um sintoma possível de Covid-19. Nas últimas deliberações legislativas relativas à pandemia Covid-19, a medição de temperatura é mantida e reforçada até do ponto de vista da legitimidade da medição de um dado de saúde (apesar de não poder haver registos escritos dos resultados), por alguém que não é profissional de saúde (mas obviamente tendo de assinar uma declaração de confidencialidade).
Há recomendações específicas para as empresas terem salas de isolamento precisamente porque há trabalhadores que podem começar a ter febre e sintomas durante a sua atividade profissional. Para isso, também tem de haver um termómetro na “sala de isolamento”. A medição da temperatura é recomendada pela Direção-Geral da Saúde duas vezes por dia como estratégia para detetar a presença de infeção. Mas quantas pessoas que estão a ler este texto mediram a febre hoje?… A vigilância ativa de sintomas (medição de febre e valorização de sintomas) está recomendada, mas é pouco cumprida.
Assim, a medição da temperatura à entrada das instalações foi possível por deliberação legal (e espera-se que seja uma medida apenas durante o período pandémico) e reduz a probabilidade de haver pessoas com sintomas Covid-19, reduzindo-se também o potencial contágio. Esta medida não tem sido contestada nem tem representado conflitos, tem sido bem aceite e alerta a consciência de todos para o autocontrolo de sintomas antes de sair de casa para trabalhar.
Faz sentido medir a temperatura à entrada dos edifícios?
O dr. Jorge Barroso Dias responde!