Uma festa em direto, em grande estilo, marca o arranque da SIC CARAS, a 6 de dezembro. O diretor, Daniel Oliveira, falou-nos sobre a nova aposta na área dos canais temáticos da SIC. Dedicada ao entretenimento, visa preencher um espaço que ainda não existe no mercado nacional.
O que ainda falta fazer para a estreia do canal?
Há coisas que precisam ainda de ser afinadas, mas diria que as decisões macro estão tomadas: que grelha vamos ter, que horários, que pessoas é que vão estar nos programas de produção nacional. Isso está tudo definido. Faltam os pormenores relacionados com o próprio lançamento do canal, que estarão a ser apurados até ao próprio dia.
Que expectativas tem para este projeto?
Grandes expectativas. Eu, se não fizesse parte do projeto, seria certamente espectador.
É um canal dedicado ao entretenimento?
Sim, vai ocupar um espaço que não existe na TV portuguesa, de análise da área do entretenimento. Há temas que são transversais a todos os meios, vão aos telejornais, aos jornais de referência, mas que se esgotam por aí. A ideia é que haja um espaço em que possam ser explorados mais profundamente.
É uma ideia original?
Sim, completamente. Aquilo que procurámos foi dentro do universo Impresa, nomeadamente da “Caras” e da SIC, encontrar formatos, programas, caras que pudessem, de alguma forma, adquirir outra roupagem noutro canal. Dou o exemplo de “Fama Show” – são 25 minutos – que tem ideias que podiam ser aproveitadas de outra forma e nunca o foram por causa da duração. A rubrica “Posso Entrar”, que no programa dura 2, 4 ou 6 minutos no máximo, pode aqui ganhar um espaço com 25 minutos.
Vão centrar-se em rentabilizar produtos?
Vamos rentabilizar programas, cruzar conteúdos, caras e meios de modo a reutilizá-los. Há um know how dos magazines da SIC e da revista “Caras” que não foi aproveitado ainda e estamos aqui a fazê-lo do zero.
Vão procurar novas caras?
Estamos abertos a isso, a descobrir novos talentos, e assim haja programas para que esses novos rostos possam aparecer. Mas, no arranque do canal, vamos ter caras que as pessoas conhecem e que têm experiência, agilidade no terreno e na forma de execução do trabalho que é muito útil para o canal. E até porque, havendo esse cruzamento de conteúdos na SIC, alguém que vá fazer uma reportagem para um magazine faz também para a SIC CARAS.
Quem vai ser a primeira cara a aparecer no ecrã no lançamento do canal?
Ainda não vamos dizer. Estamos a definir isso, é cedo. Tem a ver com a própria festa de lançamento.
Qual é o público-alvo deste canal?
Não rejeitamos nenhum tipo de público. Obviamente que, devido ao enquadramento, eu diria que é mais feminino. De várias idades. Mas não fugimos a nenhum tipo de público, porque há temas que fazem parte da ordem do dia para homens e mulheres.
E que temas são esses?
Por exemplo, os Óscares, a mastectomia da Angelina Jolie e muitos outros temas nacionais que não têm um espaço de análise, de debate e de aprofundamento. O canal servirá para isso. Contribuirá para dar às pessoas mais informação sobre um tema que lhes permita formar opinião.
Em tempo de crise, não é arriscado lançar um projeto desta envergadura?
É precisamente nestas alturas que se deve apostar em algo novo e que se deve combater a letargia que grassa pelo País. É um risco calculado. Estamos a medir muito bem os passos que vamos dar e a rentabilizar muito os nossos meios humanos e técnicos. Não teremos nenhum gasto desmedido e haverá programas que custarão muito, muito pouco. É uma aposta muito importante para a indústria do entretenimento e também para o grupo Impresa, pelo passo que dá em frente e pelo sinal que transmite ao mercado de que estamos vivos e com vitalidade para seguir em frente e continuarmos a ser os melhores produtores de conteúdos.
É um grande desafio ser diretor de um canal?
Ser diretor não era nada que eu ambicionasse de forma desmedida. Acho que é uma evolução natural minha aqui na SIC. No fundo, foi consolidar o interesse que eu já tinha neste tipo de oferta. Sinto-me com capacidade para responder ao desafio que me foi colocado. Não basta saber fazer, é preciso ter as ferramentas para isso acontecer e essas condições estão reunidas.
A equipa foi formada por si?
Não somos muitos. Na equipa estão basicamente as pessoas que fazem os magazines da SIC, somada à equipa da “Caras”, e também a Fremantle, que vai produzir um dos nossos programas. Estamos muito satisfeitos com as pessoas que temos.