Deu folga a “Casa dos Segredos” e volta com uma novo reality show. Teresa Guilherme, 60 anos, conduz r “A Quinta”, um formato que reúne anónimos e famosos a viver num espaço rural, que pode só ter água no poço, não ter luz e onde se cozinha a lenha depois de tratar das plantações e dos animais. Apesar de não perceber nada sobre agricultura e pecuária, o novo programa está a dar-lhe muito gozo.
Que tipo de pessoas se inscreveram?
No início, houve muitas inscrições de pessoas que percebiam muito da vida no campo. Encararam como uma concurso de talentos. Não quer dizer que não haja quem perceba, mas não podem ser todos assim. Temos concorrentes das duas linhas que era o que queríamos.
E porquê juntar famosos?
É o fator surpresa, entre outros. Esta mistura de anónimos com famosos é algo que nunca se fez. É uma ideia original que surgiu durante a preparação do programa.
É um grupo que a deixa descansada?
Isso não existe. Não é por serem famosos ou anónimos. Nos castings escolhemos aqueles que achamos que vão divertir mais e aproveitar tudo da melhor forma. No entanto, vão viver uma aventura. Têm de tratar da quinta toda, dos animais, que acho que é algo bom, mas que tem de se aprender a fazer.
Calculo que tenham ajuda…
Vamos ter um veterinário que vai duas vezes por semana para ver os bichos, até porque as “meninas” podem ter filhotes. Também vamos ter um agricultor para ensinar os concorrentes. Eu não distingo uma salsa de um coentro, por exemplo. Umas pessoas terão mais apetência que outras. Não deixa de ser duro e não deixam de ter muitas tarefas a cumprir, para além da competição, das nomeações e das expulsões.
Como é esta quinta?
Não é uma quinta moderna. Há muita coisa que não têm e que vão ter que ir ganhando, outras não vão ter mesmo.
A comida está garantida?
Nada está garantido e o tratamento é igual para anónimos e famosos. Comida vão ter, alimentos básicos também. Nunca ninguém passou fome. Têm é de cozinhar em condições pouco favoráveis.
Vão cozinhar a lenha?
Exatamente! Há aquela ideia de que a vida no campo é dura. Nós quisemos torná-la ainda mais complicada e competitiva e isso faz-se tornando as condições antiquadas. Podem não ter eletricidade, tal como água corrente. Não vai haver tédio nenhum, porque os bichos não se vão embora.
Está entusiasmada?
Claro que sim! Fazer “A Quinta” é uma novidade ótima. Toda a gente sabe que gosto mais de lidar com anónimos do que famosos, mas esta mistura também é apelativa.
Vai dar uma mãozinha no trabalho rural?
Dar uma mãozinha só se for moral ou, então, tentar aprender a fazer uma coisa qualquer. Nasci em Lisboa, vivi a minha vida toda na cidade e costumo dizer que tenho duas mãos esquerdas. Sou pouquíssimo habilidosa seja para o que for: cozinhar, plantar não são tarefas para mim. Já tive uma horta gigante em casa, porém não era eu que tratava dela.
O que gostaria de aprender?
Gostava de aprender a mugir uma vaca.
As outras edições foram apresentadas por Júlia Pinheiro e é conhecida a vossa rivalidade. Isso melindra-a?
Não me melindra nada. Se pensarmos que a última “Quinta” foi há dez anos e que “Casa dos Segredos” 1 e 2 foram em anos seguidos – a 1 quem apresentou foi a Júlia, a 2 fui eu e as pessoas lembram-se da 2 e pouca da 1 – está tudo respondido. Mais provocação não faço.
Quer dizer que ninguém se recorda de Júlia na “Quinta”?
Não. Quero dizer que se passaram dez anos. “A Quinta” é diferente e a televisão também.
Houve uma diminuição de custos, até os cachês baixaram…
Podem é não ter aumentado, mas sinceramente não sei. Só no ano passado fiquei a saber o que os anónimos ganhavam.
E a construção da quinta ao lado do estúdio não foi para reduzir despesas?
A quinta foi toda construída de raiz. Não sei até que ponto fica mais barato. Alugar um espaço envolvia deslocações, operadores de câmara a trabalhar no local, o que tem custos. Pressuponho que, no final, esta saía de facto mais barata que a que foi feita há dez anos. Diz-se que é uma quinta low cost, mas a televisão é low cost, Portugal é low cost, a nossa vida é low cost. Toda a gente tem de se encolher. Vivemos todos a mesma realidade.
O seu cachê mudou?
É igual desde desde o primeiro dia. A TVI nunca me pediu para baixar e eu nunca pedi para subir. Obviamente, com os impostos que pago, levo metade do que levava antes para casa e não tanto porque me pagam pouco. Acho até muito simpático nunca me terem pedido para baixar.
No grupo, há quem já se conheça…
Sim, conhecem-se mal ou bem. Já se cruzaram. Podem não ser amigos. Alguns podem ser até inimigos ou terem uma antipatia. Têm certamente uma ideia formada sobre o outro e os anónimos também têm uma ideia sobre os famosos e isso vai ser divertido de ver.
Será “A Quinta” do amor, como no passado?
Gosto sempre de paixões. Os casais têm uma qualidade: nunca se adivinha o que vai acontecer. Sempre achei que nos famosos não haveriam casais. Mentira! Há e pode haver aqui também. O amor está sempre à espreita, por isso vamos lá ver.
“A Quinta” arrasa com “Peso Pesado Teen” e “The Voice”?
Não sei. Este “Peso Pesado Teen” é muito mais interessante do que o do ano passado, mas um reality show é um reality show.
José Carlos Pereira era o concorrente mais desejado?
O Zeca é uma pessoa muito bem-disposta e eficaz. Ele entrou no “BB Famosos” um dia e foi divertidíssimo. Gostaria muito de o ter. O nome dele esteve em cima da mesa imediatamente, mas ele não aceitou…
Apesar do cachê de 7500 euros…
Tanto? Duvido. Não me parece que ele seja assim tão essencial à “Quinta”. Se ele seria um concorrentes interessante? Sem dúvida! Pode ser que venha a ser um dos convidados. A minha curiosidade não é pelo facto de ter estado a fazer um tratamento. Desejo que esteja bem e acho que tem demonstrado muita coragem, pois considero que a toxicodependência é uma doença e ele tem sido corajoso. Não é nada disso. É porque é divertido, sabe falar, é carinhoso, daria muita alegria às miúdas.
Há algum famoso que quisesse mesmo e que não vai entrar?
O Zeca.
Não sabe mesmo nada sobre agricultura e animais?
Zero! E o pouco que sei foi a Belinha [Isabel Silva] que me ensinou.
Também lhe levou uma marmita, como fez à Cristina Ferreira?
Não. Toda a minha vida usei uma marmita. Ainda a Cristina não tinha nascido como minha filha e do Manel [Luís Goucha] e já eu levava a minha marmita para o escritório. Toda a gente que não tem um horário usa. A Belinha enriqueceu a minha marmita.
As férias foram suficientes para aguentar o que aí vem?
Tive férias normais. Estive sempre a fazer a peça [“Guia para a Felicidade”], mas não tenho queixas. Foram bem aproveitadas.
Até lhe arranjaram um namorado!
Coitado do Pedro [assistente]. Os outros que trabalham comigo já andavam a gozar com ele. Diziam-lhe: ‘Tu não vales nada, porque todos nós quando começámos a trabalhar com a Teresa aparecemos como namorados muito primeiro do que tu’. Ele está comigo há mais de um ano e ainda não tinha aparecido. Fico muito honrada por acharem que podia ter um namorado tão novo.
Está apaixonada?
Pela vida!. Há muitos anos que digo que não falo sobre a minha vida privada e mantenho isso.