Cristina Ferreira está a enfrentar uma nova onda de críticas depois de ser divulgado que a filha mais velha de Maria Cerqueira Gomes, Francisca, de 18 anos, será a protagonista da nova novela da TVI. A jovem modelo fez um casting na Plural, a produtora responsável pelos conteúdos de ficção da estação de Queluz, e terá sido escolhida por Gabriela Sobral e Cristina Ferreira.
Assim a jovem prepara-se para explorar uma nova possível carreira no mundo da interpretação. No Instagram, Francisca já acumula mais de 60 mil seguidores, e como digital influencer tem muitas parcerias publicitárias com marcas. Porém, a escolha da filha da apresentadora da TVI gerou alguma controvérsia nas redes sociais.
Isto porque há quem diga que Cristina Ferreira só deu a oportunidade à jovem por ser filha de Maria Cerqueira Gomes e ter muitos seguidores nas redes sociais. Foi o caso do ator Gonçalo ícaro, de 23 anos, que fez um vídeo mostrando a sua indignação: “Esta miúda, por ser filha de quem é, de uma apresentadora da TVI, de repente tem direito a um casting que não chega a toda a gente e é-lhe dada de bandeja uma oportunidade com que muitos sonham. Muitos sonham com isto!”
O vídeo de Gonçalo gerou uma onda de revolta entre muitos atores jovens, que reivindicam maior igualdade de acesso às oportunidades. Uma das vozes que se manifestaram foi a jovem atriz Margarida Bakker, filha de Alexandra Lencastre: “Olá, o meu nome é Margarida Bakker e sou atriz. Também sou filha da Alexandra Lencastre. Há quem diga que isso me define, o que acho que é um bocadinho redutor. No entanto, não estou aqui para falar sobre isso. Estou aqui para falar da preferência que se dá à beleza e ao número de seguidores ao invés da formação e talento, por assim dizer”, disse num vídeo partilhado nas redes sociais. Também a neta de Eunice Munhoz, a atriz Lídia Munhoz, teceu duras críticas à diretora de entrentimento e ficção da TVI: “Mas, pelos vistos, estavam errados, e estiveram todos, desde ali até Almeida Garrett, que deveria ter sido saneado e substituído pela Cristina Ferreira para que fundasse não o Conservatório para as artes dramáticas, mas o INCQBA55MS (instituto nacional cheira-me que é boa para as audiências porque tem 55 mil seguidores), cujo subdiretor deveria ter sido o Pedro Teixeira, que defenderia a política ‘não tens curso, não estudaste, cheira-me que és muito bom, anda lá que bates bem’, como diria esse grande poeta e dramaturgo Cristiano Ronaldo (cujo mérito é inegável)”.
Outros jovens atores de menor visibilidade juntaram-se em manifestos que viralizaram na internet. “É urgente priorizar a formação e as experiências profissionais nos castings e nas audições, e não apenas factores como a aparência física e a visibilidade nas redes sociais , escrevem os atores Júlio Magro, Maria Romana Sequeira, João Maria Fialho, Joana Goldschmidt e David Balbi, num comunicado partilhado nas redes sociais.
As manifestações deram origem a uma petição pública: “Para que todos os Actores e Actrizes em Portugal possam ver a sua profissão dignificada, para que possam ver a sua profissão ser exercida por colegas e profissionais com formação e/ou experiência relevante para a mesma, aumentando assim a qualidade do produto final que chega ao público, e para que tenham sobretudo o acesso às mesmas oportunidades de trabalho na área da televisão, do cinema e do teatro. Exigimos a Carteira Profissional de Actor para que se possa exercer a profissão de uma forma profissional em Portugal.”