Habituado a grandes papéis quer no teatro quer no cinema ou em televisão, Almeno Gonçalves não pensou duas vezes quando o convidaram para interpretar Anselmo, o grande vilão de “Amor, Amor”. “Percebi logo que era um grande papel e que me iria dar muito gozo fazer”, começa por contar à TvMais, ele que não esconde que este é um homem “com uma personalidade inconstante”, realçando: “Nenhum espectador consegue perceber o que ele vai fazer, que decisão vai tomar. Nunca se vai perceber o que vai na cabeça dele e isso é extraordinário”. Esta personagem permitiu-lhe reencontrar amigos como Luísa Cruz, Rogério Samora ou Rita Blanco, entre outros, mas também conhecer alguns dos nomes da nova geração de atores, como Filipa Nascimento ou Joana Aguiar. Algo que encara com uma grande alegria. “Tenho muito prazer em trabalhar com todos eles. São pessoas com muito talento e que não conhecia. Têm um grande futuro e senti-me muito bem por poder contracenar com eles”, elogia. Anselmo ainda agora chegou aos ecrãs, mas Almeno Gonçalves promete que ainda vai surpreender. E agora que já sabe que a sua filha é Mel, vai mostrar um outro lado, sobretudo na relação com a jovem cantora. “Isso vai modificar o comportamento dele. Vai haver uma aproximação muito grande entre pai e filha”, antecipa, recusando-se a revelar mais pormenores sobre a trama da SIC. Um novo papel na sua carreira
Para além de “Amor, Amor”, a partir de quarta-feira, 14, vamos poder ver o ator também em “Vento Norte”, na RTP1. Uma série que é muito especial, pois, além de intérprete, Almeno Gonçalves é também uma das mentes por detrás desta criação. “Surgiu de uma ideia que tive e que juntei com o realizador João Cayatte e o dramaturgo João Lacerda Matos. Construímos uma história a partir desta ideia”, confessa à nossa revista, esclarecendo que esteve durante um ano a trabalhar em tudo para que se concretizasse tal como havia imaginado. “Tudo isto surgiu de uma conversa que ouvi num café, porque havia uma lacuna muito grande sobre o período pós-Primeira Guerra Mundial em Portugal. Não tínhamos, nada fora os livros de história, não havia nenhuma referência a esse período a nível de ficção e achei que era importante percebermos essa época”, acrescenta. “Vento Norte” conta a história das raízes de uma mudança profunda através do golpe militar que instaurou uma das primeiras grandes ditaduras europeias vista pelos olhos de uma abastada família de Braga. Almeno Gonçalves interpreta precisamente o patriarca da família, Afonso. “É um conservador por natureza, de uma época muito específica, mas não é um mau caráter. Tem um bom fundo”, antecipa.