O “cantor dos sonhos” não poupa críticas à justiça, classificando como “miserável” e “lamentável” a posição do Ministério Público da comarca de Santarém. O procurador disse não haver razão para alterar a acusação, como era desejo do clã Carreira. Pais de Sara Carreira voltam ao tribunal – A fúria de Tony e as lágrimas de Fernanda.

“É lamentável o que eu tenho para dizer sobre o Ministério Público”
De semblante carregado, sem esconder a sua desilusão e, ao mesmo tempo, incomodado com tudo o que ouviu no debate instrutório que antecede o julgamento para se apurar as responsabilidades no caso da morte da filha, Sara, Tony Carreira era o rosto da revolta à saída do Tribunal de Santarém, onde decorreu a sessão, no dia 16 de março. Ao lado da ex-mulher, Fernanda Antunes – que, visivelmente emocionada com o facto de ter revivido todo o trágico acontecimento do sinistro que resultou na morte da jovem, não escondeu as lágrimas –, o cantor mostrou-se, mais uma vez, dececionado com a justiça portuguesa. “O Ministério Público apresentou um resumo simplesmente miserável, miserável. É lamentável o que eu tenho para dizer sobre o Ministério Público. Em relação ao resto, vim aqui para ouvir e não para condenar absolutamente ninguém” , disse, em primeiro lugar.
“Não venho aqui com espírito de vingança”
O cantor não disfarçou o quanto continua a sofrer com a perda da sua princesa e, emocionado, afirmou: “Venho aqui porque devo essa verdade à minha vida, à memória da minha filha. Quero tentar perceber ou entender como tudo aconteceu” , ouviu-se, em seguida. Tony reforçou: “Não venho aqui com espírito de vingança, mas para ouvir e entender, porque já se passaram dois anos e meio. Não venho para culpar ninguém, porque não sou eu a fazê-lo. Será a justiça, se for caso disso”, afirmou, por fim.
Fernanda Antunes não prestou declarações à saída do tribunal e deixou o local bastante abatida. Apesar de esconder os olhos atrás dos óculos, de um tom claro de castanho, eram percetíveis os olhos inchados e marejados de água. Acompanhados dos seus advogados, André Matias de Almeida e Magalhães e Silva, Tony Carreira e Fernanda Antunes chegaram ao Tribunal de Santarém pouco passava das 10 horas. Na sala de audiências, o ex-casal sentou-se lado a lado e esteve sempre muito atento ao que era dito. O intérprete de “Sonhos de Menino” manteve uma expressão circunspecta e triste.
Os pais de Sara foram dos primeiros a deixar o tribunal
Por vezes, levava a mão direita ao rosto, arregalava os olhos ou inclinava a cabeça para baixo quando escutava o magistrado do Ministério Público. Abeirou-se da ex-mulher algumas vezes para trocar breves palavras. O mesmo fez Fernanda Antunes, para curtos diálogos com o pai dos seus filhos. Quando terminou a sessão, cerca de duas horas e meia depois do seu início, Tony Carreira apressou-se a levantar-se do banco corrido e encaminhou-se para uma janela a olhar para o exterior, de costas voltadas para os arguidos Cristina Branco e Paulo Neves. Os pais de Sara foram dos primeiros a deixar o tribunal e foi logo em seguida que o cantor se prontificou a prestar declarações à imprensa presente.
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