Visivelmente fragilizada, Judite Sousa esteve no “Júlia” (SIC) e revelou (quase) tudo sobre o conteúdo do seu novo livro – ‘Pedaços da Vida’ – que, além de tudo visa honrar a memória do filho falecido. Na emotiva entrevista a Júlia Pinheiro, a jornalista afirmou que foi arrasada “humilhada e atacada” pelos próprios colegas. Entre outras revelações inéditas.
A jornalista expõe no seu mais recente livro, o 11º já editado, tudo o que sentiu, passou e viveu desde a morte do filho, André Sousa Bessa, em julho de 2014. E é em sua honra que em cinco meses, Judite Sousa escreveu esta obra onde revela tudo.
Durante a emotiva entrevista, Júlia Pinheiro coloca-lhe algumas questões relacionadas com o que Judite escreveu no seu livro, mas também outras. É assim que a jornalista revela que foi “humilhada e atacada” pelos próprios colegas.
A prova de estar bem mentalmente
Judite Sousa afirmou que sentiu que, desde a morte do filho, os colegas (de profissão) a queriam fora do jornalismo.
Mas vamos por partes. Júlia Pinheiro quis saber porque Judite escreveu um livro em cinco meses. A jornalista revela: “Desde que saí da CNN que começaram a haver muitos comentários, fui difamada, caluniada… Disseram que não estava boa da cabeça. E eu tinha que, de certa forma, mostrar a mim e ao mundo que estava em pleno uso das minhas capacidades mentais. Se for capaz de escrever um livro, significa que estou boa. Foi esse o objetivo dos cinco meses”.
Mas não só. Quando Júlia questiona Judite sobre o facto de tudo aquilo a ter devastado, a jornalista confirma.
“Foi tudo muito devastador e preciso de honrar a memória do meu filho. Porque desde que ele morreu, que sinto que se gerou um movimento ao nível da minha classe profissional, no sentido de não quererem que eu voltasse a trabalhar”.
Além disso, contou ainda Judite Sousa, desde então começou a sentir “um assédio por tudo o que fazia”. Inclusive que foi acusada de racismo por se ter referido à sua colaboradora como a “dona lá de casa”. “Fui humilhada durante três semanas pelos meus colegas. Chamaram-me de racista e até pensaram organizar uma manifestação”.
Atacada e assassinada profissionalmente
Aliás, Judite Sousa diz mesmo que foi completamente assassinada profissionalmente, pelos seus colegas. E aqui referia-se ao caso de Pedrógão Grande.
A jornalista explica que na sua ótica não fez nada de mal, porque quando mostrou um corpo nos incêndios de Pedrogão Grande, este estava coberto com um lençol.
“Fui cruelmente atacada pelos meus colegas por causa da história de Pedrogão, a crueldade que me fizeram foi obscena, destruíram-me emocionalmente e profissionalmente”, afirmou.
André era a “alegria em pessoa”
Ou seja, aproveitaram a sua fragilidade para a arrasar, “atacar ao longo destes oito anos”. Judite de Sousa lembra, inclusive, que quando saiu da CNN escreveram “nas redes sociais que eu consumia as mesmas substâncias ilícitas que o meu filho”.
E mais contou: “Há uma semana, quando publiquei as notas de Finanças do meu filho, há um comentário no Instagram que diz: ‘o rapaz tinha boas notas, mas não sabia nadar'”.
Júlia Pinheiro fica chocada e Judite explica que foi por este motivo que se impunha lançar o livro para honrar a memória do filho.
Ainda assim, sublinhou que o filho não consumia substâncias ilícitas e “não tinha uma vida boémia”. E mais disse: ele ia ser contratado como consultor financeiro. Numa grande empresa. Era um jovem de 29 anos que de segunda a sexta-feira estava sentado ao computador a trabalhar e aos fins de semana saía com os amigos. Como qualquer jovem. “O meu filho era a alegria em pessoa”, sublinhou.
“Isto é cyberbulling”
Judite Sousa viveu um autêntico massacre. Contou ainda que depois do filho morrer escreveram que não podia dar notícias de afogamentos, porque o filho tinha morrido afogado. “Isto é cyberbullying”, afirmou. “É tirarem-te tudo, a pele, os órgãos… E fizeram isso comigo, utilizando o meu filho”.
A jornalista sentiu hostilidade e continua a sentir e assume que “vive em solidão há oito anos”. Em 2013 divorciou-se e em 2014 perdeu o filho.
Assim, as redes sociais cumprem, admite, “o vazio existencial”. Como dizem os estudiosos, “tornaram-se uma espécie de droga dura”, recorda.
Judite Sousa reforçou que tem sido, sistematicamente, atacada. Nunca sentiu apoio. O único apoio que sentiu foi dos portugueses.
Por fim, confessou: “Faltaram-me abraços, carinho…”.

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