E já cá estamos! Agora, as horas parecem correr mais devagar até ao início do primeiro jogo, já no sábado com a Alemanha. Nós, como a Seleção, estamos instalados na pequena cidade de Opalenica, 45 km a oeste de Poznan e com uma distância de 350 km da capital, Varsóvia. A cidade tem pouco mais do que 15 mil habitantes e menos de 150 km² e desde há umas semanas que se preparou para receber os portugueses como nunca antes eu me tinha apercebido em competições anteriores: foi um criado um sítio na Internet em língua portuguesa para quem precisa de se sentir em casa com todos os dados necessários sobre a cidade. A Seleção partirá daqui na sexta-feira, dia 8, rumo a Lviv, na Ucrânia, naquela que será a segunda viagem da semana. Na segunda-feira, dia 4, partimos de Lisboa no mesmo avião da comitiva portuguesa, jogadores na parte dianteira e colegas da comunicação social e convidados nos restantes lugares. De quando em vez, durante o voo, alguns jogadores passam as cortinas e aproveitam para desentorpecer as pernas e trocar palavras com velhos conhecidos. Para nós, é o momento em que desaceleramos da correria dos últimos dias, do escalonamento de todo o material e dos mantimentos necessários e em que temos já em vista as primeiras tarefas ou agendamentos. Preparar a imprevisibilidade é tão anacrónico enquanto conceito, mas tão real e fundamental numa competição como esta. E quando falo em competição, atribuo-lhe um sentido lato. Sem hipocrisias, não há nenhuma equipa de comunicação social aqui no Euro 2012 que não queira ter os melhores conteúdos, as “cachas” como lhes chamamos. E essas “conquistas” fazem-se com muito trabalho de casa e com a explanação prévia de possibilidades, mas igualmente com a destreza de movimentos no terreno. Mais ou menos como no campo, mas sem árbitro.