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Livros publicados, processos instaurados, investigações que recomeçam em cima de outras que terminaram, milhões de euros gastos pelas polícias sem serem auditados, retratos-robô parecidos com ninguém, suspeitos anunciados depois de mortos, teses de abusadores sexuais, de ladrões de turistas e de raptores (umas vezes estrangeiros, outras não), escavações da polícia inglesa na Praia da Luz, voos e fotografias aéreas feitas em show para a imprensa quando poderiam ser feitas na internet, Gonçalo Amaral perseguido judicialmente e absolvido. Factos que foram ficando perdidos na memória de dez anos. A TvMais destaca dois factos destes dez anos.

“Se eu aparecer morta, investiguem a causa de morte anunciada”
Esta frase foi publicada em Novembro de 2013 na rede social Twitter pela mulher que no ano seguinte apareceu morta. A polícia inglesa declarou que o falecimento de Brenda Leyland, 63 anos, encontrada morta, à 01.42 h de 4 de Outubro no Marriot Hotel em Enderby, perto de sua casa, tinha “causa de morte desconhecida” .

Não acreditava no rapto
Divorciada, mãe de dois filhos adultos, Brenda Leyland, que morava a 24 quilómetros dos McCann, era conhecida nas redes sociais como Sweepyface. Fazia parte do grupo de pessoas que nas redes sociais recusam acreditar nas versões oficiais do desaparecimento de Maddie (rapto).

A última entrevista de Brenda
Foi abordada à porta de sua casa a 2 de Outubro, dois dias antes de morrer. O jornalista Martin Brunt (um dos maiores críticos da PJ no caso Maddie), da televisão SkyNews, perguntou-lhe porque estava ela “atacando” os McCann no Twitter, ao que ela respondeu: “Eu tenho o direito de fazer isso!” Brenda afirmou ter “direito à opinião” e partiu. Mais ninguém a viu. Apareceu morta dois dias depois.

A versão da polícia
O sargento Kevin Taylor, da Polícia de Leicestershire, contou que recebeu uma chamada para ir ao Hotel Marriott em Enderby, onde os paramédicos diziam estar “uma mulher morta dentro da sala”. O polícia afirmou que “na cena [da morte] eu estava acompanhado por outro polícia e a equipa da ambulância do município”. Taylor disse que o quarto de hotel foi isolado e que sua avaliação inicial foi de “não parecer ser um crime”. A especialista forense Catherine Mason disse na época não estar em condições de concluir isso.

Solidária e acusadora
A jornalista Sonia Pulton reagiu à morte de Brenda e disse estar consciente de que a sua tomada de posição a poderá afastar de alguns programas nacionais de TV. “Nunca acreditei na versão oficial [desaparecimento de Maddie]. Nunca fez sentido para mim!”, declarou, explicando defender que não se deva demonizar o casal McCann seja de que forma for. Esta jornalista alertou para a coincidência do Twitter que Brenda publicou em Novembro de 2013 “onde ela diz que gostaria de acreditar que, se morresse, as pessoas questionassem as circunstâncias e que não aceitassem a primeira versão dos acontecimentos”.

Comportamento humano
Jornalista desde 1991, Sonia Pulton publicou matérias sobre questões do comportamento humano: juventude e crime (no “The Independent”), pais insistentes (“Daily Mirror”), transtorno obsessivo-compulsivo (“Daily Mail”), início da educação (“The Times”), etc. Participou em vários programas de rádio e TV. Autora de três livros infantis, é regularmente entrevistada na BBC e na ITV. É licenciada em Psicologia, mãe solteira e celibatária. Tem um blogue e um canal no YouTube.

Maddie
Faria 14 anos. Madeleine McCann nasceu formalmente em Leicester a 12 de Maio de 2003. A dias de fazer 4 anos, tinha cabelos loiros e lisos pelos ombros e ostentava dois sinais inconfundíveis. Um no músculo gémeo da perna esquerda, o outro no olho direito, que é verde com uma mancha castanha na íris. Na noite de 3 Maio, foi deixada sozinha num apartamento na Praia da Luz, Algarve, com os seus irmãos gémeos de 2 anos, enquanto os seus pais foram jantar fora com uns amigos. Às 22 h foi anunciado o seu desaparecimento. À 1 h da madrugada do dia 4 de Maio, o jornal britânico “The Daily Telegraph” publicava em manchete: “Teme-se que tenha sido raptada uma criança de 3 anos em Portugal”. Desde Abril de 2008 que o Real Tribunal Superior de Justiça britânico declarou Madeleine McCann um menor protegido sob a sua tutela até atingir a maioridade, ou até novas ordens. Ou seja, os pais não têm tutela sobre a menina.

A alegada ama
A cada ano que passa, próximo do dia 3 de Maio, são anunciados novos factos que pouco depois aparecem “desconfirmados”. Este ano foi uma alegada entrevista de uma alegada ama de Maddie no Ocean Club. Ao fim de dez anos decidiu falar… Não se terá querido identificar na entrevista ao jornal inglês “Mirror”. Disse que trabalhava no Ocean Club, no Algarve, em Maio de 2007 e critica a actuação da PJ dizendo que a Praia da Luz era local “pouco seguro, onde ocorriam violações”.

“Maddie – A Verdade da Mentira” em 2017
Dez anos depois de Madeleine ter desaparecido, os pais de Maddie foram confrontados com uma decisão judicial definitiva e discordante da sua posição de sempre. O Supremo Tribunal de Justiça absolveu Gonçalo Amaral e lembrou que o casal McCann foi constituído arguido por “fundada suspeita”.

Fundada suspeita
Os McCann tinham processado o antigo coordenador da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, por se sentirem ofendidos com o que aquele agente escrevera no livro onde defendia que a menina não foi raptada. Condenado na Primeira Instância a pagar meio milhão de euros aos pais da menina, Gonçalo Amaral foi absolvido, primeiro pelo Tribunal da Relação e depois pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Disseram os juízes-conselheiros que Gonçalo Amaral “veiculou a sua opinião tendo em conta o que no seu entender resulta dos meios probatórios e dos indícios recolhidos no inquérito”. Sobre o casal, diz o STJ que “os recorrentes foram constituídos arguidos num inquérito criminal. O que implica que surgiu fundada suspeita de terem cometido crime ou crimes”.

Falta de indícios não é inocência
O processo em que Kate e Gerry MacCann foram constituídos arguidos, em 2007, foi arquivado por despacho, mas para o STJ “não parece aceitável que se considere que o referido despacho, fundado na insuficiência de indícios, deva ser equiparado à comprovação de inocentação”.

Gastos 15 milhões de euros para encontrar Maddie
A investigação ao desaparecimento da menina foi arquivada em Portugal. Depois disso, a polícia inglesa gastou 15 milhões de euros numa investigação autónoma. O resultado foi o mesmo. Desapareceu! A “Operação Grange”, que em Inglaterra investiga o desaparecimento de Madeleine McCann, recebeu recentemente mais de 100 mil euros de fundos para continuar as investigações.

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