Há dez anos que canta no Clube de Fado, em Lisboa, mas em criança era alvo do gozo das irmãs por ser fã de músicas populares. Hoje, é uma fadista de referência nacional e internacional e jurada do programa de domingo à noite da TVI, “Rising Star”. Maria Isabel Roseta, mais conhecida como Cuca Roseta, de 32 anos, abriu o coração à tvmais e desvendou como reparte o tempo entre o namorado, João Lapa, o filho, Lopo, 6 anos, o desporto e o trabalho que tem vindo a desenvolver por todo o mundo.
Como surge o gosto pela música?
As minhas irmãs gozavam sempre comigo porque eu em pequenina adorava músicas populares. Os meus pais só ouviam música clássica e essa era a nossa educação. Na minha casa, todos cantam muito bem.
Porquê o fascínio pelo fado?
Costumo dizer que o fado é que me procurou, porque não era óbvio que viesse a ser fadista. Cantei nos Toranja e em imensos bares, mas não era feliz. O fado é diferente, não me farto!
Considera-se uma pessoa romântica?
Sou muito, e o fado é a música mais romântica de todas porque acaba por se contar uma história de amor desde as nossas vísceras. Está na nossa pele, temos de dar tudo palavra por palavra.
Tem dificuldade em gerir emoções?
É difícil para mim gerir as lágrimas, não propriamente as emoções. A escola de um artista, mais do que cantar e do que a voz ser um músculo, é aprender a controlar as emoções.
É aí que entram o desporto e as artes marciais…
Sim, faço taekwondo e balé. Se há coisa que aprendi com o desporto e levo para palco é, precisamente, controlar as emoções. Assim podemos ser mais verdadeiros e tocar no fundo de nós e das outras pessoas.
De que forma a maternidade mudou a sua vida?
A maternidade foi essencial no meu crescimento como ser humano e como mulher. O meu filho é a minha grande paixão e deu-me o maior sentido para a vida. Deu-me o equilíbrio de que precisava. Sempre fui muito aluada, sonhadora e a maternidade trouxe-me regras. Fui mãe muito facilmente, nunca tive medo de perder a minha liberdade.
Como concilia a carreira com o tempo para o seu filho, Lopo?
Não passo mais de quatro dias longe do meu filho. Quando estou em tournée ele vem comigo. Já viajou por vários países e corre tudo muito bem. Ele nasceu neste mundo e acho que é muito feliz rodeado de música.
Está apaixonada?
Para mim, “paixão” é uma palavra perigosa, é mais uma ilusão. Ao que sinto chamar–lhe-ia partilha, felicidade, paz de espírito e admiração. Estou muito feliz ao lado do João [Lapa], a pessoa que amo e com quem partilho tudo. É um homem extraordinário e com uns valores incríveis. Uma pessoa muito rara, mais um presente de Deus.
É o homem da sua vida?
Penso que isso só podemos saber no dia em que morremos mas sim, é a pessoa com quem desejo passar o resto da minha vida. Tenho o exemplo dos meus pais que continuam juntos, por isso faz sentido para mim que uma família dure para sempre e é isso que desejo.
Sonha casar-se?
O casamento é uma festa lindíssima e que me diz muito mas demasiado importante para a realizar de forma precipitada. É a celebração mais bonita do amor e por isso deve ser vivida por inteiro. É preciso uma certa maturação da relação.
Deseja voltar a ser mãe?
Adoraria ter mais filhos, mas quero ter a certeza de que tenho as condições certas. Quero que sejam crianças felizes, serenas e seguras. Vivemos um dia de cada vez, vamos ver o que a vida me reserva.