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Tem estado envolvido em várias polémicas e é o psicólogo que há anos, quase todas as semanas, entra na casa dos portugueses através dos canais de televisão. É criticado pelas suas opiniões mas considera-se uma “pessoa independente que não tem de deixar de ser pessoa para exercer a sua profissão”. Joaquim Quintino Aires, 47 anos, natural de Niza, no Alentejo, tem um passado que poucos desconhecem mas do qual se orgulha. O psicólogo abriu o coração à tvmais e contou toda a sua história e o que o transformou no homem que é hoje.

É natural do Alentejo. O que o levou a mudar-se para Lisboa?
Era pequenino. Tinha 3 anos. Os meus pais mudaram-se para Lisboa porque não havia dinheiro para mais nada. O meu pai teve um convite para ir trabalhar para a Suécia mas só podia levar a minha mãe. Para eles, isso significava que nunca mais nos íamos ver. Não tiveram coragem de ir e uma senhora que morava na rua dos meus avós maternos arranjou-lhe um trabalho aqui.

Para onde foram morar?
Quando arranjaram esse emprego ao meu pai, o patrão disse-lhe que lhe conseguia casa. O choque foi quando o meu pai viu essa tal habitação. Era uma construção de tijolo com teto de zinco. Na minha terra isso tinha outro nome. Posso dizer que já vivi numa barraca. Essa foi a grande aflição dos meus pais. 

Que recordações tem dessa casa? 
Era muito pequeno e lembro–me de um sítio muito divertido onde se brincava muito. Era uma casa muito engraçada porque quando íamos dormir estávamos todos no mesmo quarto. Isto para uma criança é uma festa. A minha mãe teve de começar a trabalhar para terem outra casa e conseguiram!

Essa habitação já tinha melhores condições?
Sim, era uma casa muito pequenina mas o dinheiro não dava para tudo. Ou se comprava uma casa ou a mobília…

Como era viver sem ter uma mesa para comer?
Lembro-me da primeira vez que jantámos lá. O meu pai foi ter com uma vizinha e pediu uma caixa de madeira de fruta. Viraram a caixa ao contrário e foi ali que comemos. Não me lembro onde estávamos sentados porque não tínhamos cadeiras.

Como é que os seus pais lhe explicavam essa ausência de condições?
Eles eram muito brincalhões e tenho memória de nesse jantar o meu pai tentar descrever a casa como se fosse a mais confortável do mundo e de dizer: “Já estamos na nossa casa, que mesa bonita!” Reparei no contraste daquilo que estava a ver e do que os meus pais me estavam a dizer. Ri-me tanto, de tal forma que caí para trás.

Alguma vez faltou dinheiro para comer?
Nunca! Eu e as minhas duas irmãs fomos ensinados desde pequeninos que quando queríamos alguma coisa tínhamos sempre de fazer uma pergunta de forma muito discreta para ninguém ouvir: “Mãe, temos dinheiro?”, e só depois é que podíamos pedir o que queríamos. Mas nunca passámos fome.

Teve de deixar de estudar para ajudar a pagar as contas de casa?
Nunca me exigiram isso. Aliás, se fosse para estudar também havia sempre dinheiro. No início do ano, a minha mãe ia à livraria e dizia ao senhor: “O que eles vierem buscar para estudar, entregue-lhes que eu no fim de semana venho cá pagar. O que o senhor lhes der que não for para estudar é um presente que lhes está a dar porque não lhe pago!” E assim era, mas devem ter feito contas muitas vezes porque era mesmo muito complicado.

Então quando começou a trabalhar?
O meu pai trabalhava numa empresa de postes de alta tensão e, por duas vezes, teve acidentes muito graves. Comecei a trabalhar quando ele teve o segundo acidente, tinha eu 13 anos.

Qual foi o seu primeiro emprego?
Foi engraçado porque ouvi dizer que estavam à procura de um empregado num restaurante ao pé da minha casa. Fazia 14 anos em agosto. Lembro-me de ter dito ao meu patrão que era baixinho mas já tinha 14 anos e fiquei a trabalhar às escondidas dos meus pais até que os meus avós perceberam e levei um raspanete da minha mãe.

O seu objetivo foi bem-sucedido?
Foi, mas também foi difícil. Vir do Alentejo para Cascais, que era onde morava, era ser de uma classe muito inferior, e a única forma que tínhamos de provar o contrário era através do nosso trabalho e eu consegui. A primeira televisão a cores na casa dos meus pais foi com esse dinheiro.

Quando nasce o gosto pela Psicologia?
Foi um acidente de percurso. Tinha pensado em ser professor de Matemática porque adorava a disciplina, depois pensei em Medicina, mas as médias eram muito altas. Bioquímica, Biologia Marinha… até que me inscrevi em Psicologia. Com o passar dos anos fui gostando e fiquei.

Foi fácil pagar as propinas da faculdade?
Não, mas quando se quer algo, tudo se consegue. Continuei a trabalhar no restaurante aos fins de semana, enquanto consegui, e depois comecei a dar explicações de Matemática e esse dinheiro ia dando para pagar as propinas e as minhas despesas.

É um homem muito ligado à família mas não é casado…
Vivi em união de facto mas estou separado desde os 30 anos. 

Nunca mais voltou a encontrar o amor?
Voltei. Há alguns anos, fui ter com um amor antigo. Uma pessoa que não via há mais de 20 anos e reencontrámo-nos no Facebook. Passámos uma semana maravilhosa mas depois percebi que “águas passadas não movem moinhos”.

Nunca teve vontade de ter filhos?
Tive, mas, mais do que isso, acho que tive receio de não ser bom pai como os meus pais foram para mim.

Considera-se uma pessoa polémica? 
Sou uma pessoa independente. Aprendi desde pequenino que não tenho de deixar de ser pessoa, desde que tenha consciência do que estou a fazer. Mesmo que me tentem fazer mal.

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