O Ministério Público não tem dúvidas: considera provados os crimes de violência doméstica e violência psicológica e pediu em tribunal que seja atribuída uma pena de prisão não inferior a três anos a António Casinhas ou o pagamento de uma indemnização de 12 mil euros à ofendida, Alexandra Roque. Este julgamento, que chega ao fim no dia 4 de agosto com a leitura de sentença, fica marcado pelos números apresentados. O réu afirmou em tribunal que tem um rendimento mensal de € 750, dos quais € 300 ou € 400 são dados à ex-companheira, Cristina Ferreira, para o filho de ambos, Tiago, de 7 anos.
Deste processo constam mais de 700 folhas de provas documentais e nessas páginas estão cerca de 30 mil sms e 12 mil e-mails trocados entre o empresário e Alexandra. Ao longo de quatro anos de relação, foram efetuados milhares de telefonemas. Aos olhos da defesa de Casinhas, este relacionamento é também ele uma questão de algarismos. “Numa relação, a número dois [Alexandra Roque] quer sempre apagar a número um [Cristina Ferreira]!”, foram estas a palavras usadas por Fernando Seara, advogado do empresário. “Mas a número dois tem problemas: a número um todos os dias lhe aparece à frente!”, continuou, alegando que este processo é motivado pelo ciúme. “O que existiu entre o meu cliente e a constituinte foi uma patologia racional entre ambos de controlo violento mútuo. As agressões são de ambos, logo não há uma vítima e um agressor”, alegou. Resta saber qual o desfecho deste julgamento, que conta com mais de trinta horas de sessões em tribunal.
Famosos
|Julgamento de António Casinhas visto à lupa
Está perto do fim o processo do “ex” de Cristina Ferreira. Um caso que fica marcado por números expressivos, como se constatou nas alegações finais