Após a última participação de Júlia Pinheiro no programa da SIC “Queridas Manhãs”, Cláudio Ramos usou as redes sociais para partilhar um texto dedicado à apresentadora. O comentador e cronista da TvMais, que trabalhou ao lado de Júlia nestes últimos anos, admite que não gosta de despedidas, preferindo enaltecer o profissionalismo da apresentadora e falar dos últimos dias em que trabalharam juntos no estúdio de Carnaxide.
Leia aqui o texto completo:
“A Júlia despediu-se hoje das manhãs da SIC. Não é um adeus, que a Júlia agarrará as tardes com a garra que lhe conheço, com o espírito de quem quer começar de novo, com a certeza de que mudar é preciso, com a convicção de que a ‘guerra’ não é fácil mas com o espírito de missão de que está pronta para passar pelas batalhas vencedora. Quis o destino que Eu não estivesse por perto no dia de hoje. Ainda bem! Não gosto de despedidas. Não gosto da sensação do adeus. Sei que vou ver a Júlia muitas vezes. Mas sei que ‘não sei’ se voltarei a fazer par televisivo com ela. Não sei o que me reserva o futuro. Mas sei que, quis também o destino, que estas duas últimas semanas estivéssemos sozinhos em estúdio. O Jota estava de férias. Eu conheço a Júlia. Sei que do alto dos seus 50 anos também precisa de mimo e colo. Às vezes esquecemo-nos disto. Os grandes, os que nos metem lá, os que nos constroem, ajudam e alavancam também precisam de ser olhados, acarinhados, mimados… Foi o que tentei fazer estes dias. Tentei arrancar-lhe sorrisos e amparar um ou outro olhar porque ela sabia que ali, daqui a dias, já não estávamos. Ninguém me pediu. Foi o que senti, e quando terminei a etapa disse à equipa ‘fogo! Nunca nos correu tão bem’. Ela sabe do que é feita a televisão. E eu sei do que são feitas as pessoas que sabem o que é a televisão. Fora do ecrã há corações que merecem ser abrigados num ou outro momento. Foi a missão que agarrei como minha estes últimos dias. Queria senti-la feliz, alegre, bem disposta. Acho que consegui! Estamos ali lado a lado há sete anos. Brigamos, puxou-me as orelhas, amuei, bati na mesa, reclamei, achei-me injustiçado, incompreendido. Sorrimos. Elogiou-me. Disse-me para não desistir. Fez-me acreditar no sentido de oportunidade e entender a justiça no tempo certo. Explicou-me a importância dos tempos. Devo-lhe muito do que sou. Sou muito grato por cada oportunidade e sei que me deu muitas. Gosto dela com defeitos e qualidades que tem. Discutimos tantas vezes. Somos feitos desta mistura e esta mistura, meus amigos, dá uma coisa doce. Eu vou continuar adorar vê-la de cabelo puxado para trás e a torcer por ela. Obrigado”
Recorde-se que as manhãs da SIC vão ser agora asseguradas por João Paulo Rodrigues, Cláudio Ramos e Ana Marques.