Maria Botelho Moniz foi convidada deste sábado, dia 19, de “Alta Definição”, programa em que falou abertamente sobre a sua vida e, em particular, um episódio muito marcante: a morte do namorado, Salvador Quintela, e 2014.
Depois de 10 anos de relação e a partilhar já a mesma casa, programaram casar-se naquele ano. Maria Botelho Moniz não esconde que era com Salvador que imaginava ter filhos. Foi com a morte do namorado que se viu obrigada a erguer-se sozinha. “Tu tens de saber estar de pé sem te ‘encostares’. É muito bom ter onde nos encostarmos, mas temos de saber viver sem isso”, confessou entre lágrimas.
Daquilo que diz ter mais saudades é “ter alguém que conhece os meus segredos”, uma verdadeira alma gémea, alguém que a completa. A apresentadora de televisão recordou ainda o pai, falecido em abril 2018.
Para Maria Botelho Moniz, muitos foram os que sofreram a perda, já que tem outros cinco irmãos, e por isso existiu sempre muita compreensão da dor vivida. Contudo, e em relação ao desaparecimento de Salvador, garante, a sua dor é distinta daquela que viveram os amigos, os irmãos ou os pais.
Recordando a noite da tragédia, lembra-se de, por volta das 5 da manhã, ter sentido uma dor muito forte no peito. Telefonou várias vezes para o namorado, que a essa hora já deveria estar em casa, e foi atendida por um polícia. Só já numa segunda chamada foi atendida po um médico, que lhe disse ter feito tudo o que era possível para o salvar, mas não havia conseguido. Sem perceber, Maria Botelho Moniz diz ter ficado atordoada, sem perceber a notícia que acabava de receber. A partir daí disse que “só queria a mãe”, peça fundamental em todo o processo.
A culpa vivida fê-la perder a vontade de rir mas hoje, anos mais tarde, percebeu ter “o direito de ser feliz”. Atualmente, demonstra esperança em encontrar um novo par. “É preciso algum estomago para amar alguém que ainda está tão dorido e alguém que traz uma história consigo, mas acredito que há pessoas especiais que são capazes disso”, afirma.
Apesar disso, acredita ser “feliz com lágrimas”. “Eu sou feliz, sobrevivi, reconstrui-me, estou a voltar à vida. Conquistei coisas entretanto, cresci no trabalho. Fiz amigos novos e mantive os antigos que são bons demais para largar. E de vez em quando, quando a memória me leva a alguns momentos, cai a lágrima, mas sempre por cima de um sorriso”, conclui.