Portugal está, uma vez mais, pobre. Esta sexta-feira, 22 de novembro, Eduardo Nascimento morreu aos 76 anos, vítima de doença prolongada. Vencedor do Festival da Canção da RTP em 1967, a sua voz permanece no imaginário de gerações e gerações de portugueses e africanos com o tema “O vento mudou”. Com composição de Nuno Nazareth Fernandes e letra de João Magalhães Pereira, a canção ficou em 12.º lugar na Eurovisão.
Nasceu em Angola a 26 de junho de 1943 e foi na década de 1960 que se destacou na área musical, depois de ter participado ao lado da sua banda – Os Rocks, conhecidos como os “Beatles de Angola” – num concurso de ié-ié. Considerando-se um homem do mundo, trocou os palcos musicais pela aviação, vindo a trabalhar durante décadas para a TAP. Foi viver para Portugal e lá viveu até à sua morte, participando em espectáculos musicais de forma pontual.
Eládio Clímaco, que integrou a equipa de apresentadores do certame musical que tornou famosa a voz de Eduardo Nascimento mostrou-se inconsolável perante a notícia da morte do cantor: “Estou perante uma triste realidade. Em poucos dias perdi outra referência da minha vida! Hoje, um grande amigo que nunca esquecerei, Eduardo Nascimento. Partiu com o vento que ele não conseguiu mudar! Amigo, onde quer que estejas, que a luz que projetavas para todos nós com a tua bondade, seja maior e mais brilhante nesse cosmos que te aplaude. Sentidos pêsames à tua família e um enorme abraço para ti. Nós ficamos com muita saudade.”
Também Júlio Isidro lembrou a importância da passagem de Nascimento pelo Festival da Canção: “Eduardo Nascimento com a sua voz poderosa ainda a ecoar nos meus ouvidos no Festival da Canção de 2019, cinquenta e dois anos depois de um africano abrir as portas da Eurovisão. A morte chega sempre cedo demais para aqueles de quem gosto porque esta coisa da vida é tão breve. Que frio vai por aqui.”