É um dos mais versáteis atores da sua geração e volta à TVI para interpretar um grande vilão. Desta feita, manipulador ao mais alto nível, o que tem deixado a sua mulher em mau estado. A índole de Frederico de Quero é Viver” revela-se o maior desafio para Diogo Infante. “Tem sido muito prazeroso mas duro. Ele é muito desafiante porque é complexo e não é propriamente uma pessoa fácil. Interpretá-lo e levá-lo para casa, às vezes, pesa um bocadinho”, começa por contar, justificando: “Ele é um homem muito manipulador e esse tipo de comportamento, sobretudo com as mulheres, é algo que custa representar, porque não me revejo neste tipo. Então tenho mesmo que me abstrair para não fazer juízos de valor”. A sua sorte, admite, é estar também no teatro, na peça “O Amor é Tão Simples”. “Ir alternando com a comédia à noite tem sido muito bom. Como se costuma dizer, vou de papinho cheio para casa”, ri-se.
Mais uma vez, na trama, contracena com Fernanda Serrano, mas não esconde a desilusão por este casal não se entender. “Estamos muito tristes por o nosso casal não correr bem, mas temos ainda a esperança de convencer a Helena [Amaral, responsável pela adaptação da trama] que nos faça um final feliz. Mas, por outro lado, é claro que ajuda o facto de estarmos com colegas que são amigos e com quem temos muita confiança”, defende. Em breve, Rita (Margarida Corceiro) vai aproximar-se da sua personagem – como lhe demos conta nas páginas anteriores – e apesar de não poder contar muitos pormenores, afirma: “As pessoas na verdade não mudam na essência, o que se altera são as circunstâncias. Quando aparecer alguém mais novo na vida do Frederico ele vai ter a oportunidade de revelar um outro lado dele, mas no fundo já lá está”.
O feedback do público tem sido o esperado. “Já tenho idade suficiente para ter um capital humano e artístico para as pessoas dizerem coitadinho, gostamos de si na mesma, mas é tão malandro, tão manipulador, tão controlador, ai, ai, ai’”, revela, com humor. “Os meus seguidores vão-me dando recados aos quais não posso responder, mas sinto o carinho”, admite, achando que as pessoas reconhecem o trabalho de ator que está por detrás daquela personagem “e percebem que não tem nada a ver comigo; deixa-me muito satisfeito porque não sou assim. Perceberem e sentirem-se incomodadas pela personagem é bom sinal – de que estou a fazer o meu trabalho bem”, orgulha-se.
Os recentes acontecimentos na Ucrânia têm deixado Diogo Infante apreensivo. “Estou atónito, muito surpreendido que tenhamos chegado a este ponto. Estou com medo e não dou nada por adquirido. Não sei o dia de amanhã, o que faz com que tenha uma postura muito alerta, porque a vida como nós a conhecemos pode mudar de um dia para o outro”, explica. No domingo, 20, o seu espetáculo no Teatro Villaret tem uma sessão extra, à noite, cujas receitas reverterão na totalidade para o Comité Internacional da Cruz Vermelha para a Ucrânia que está no terreno.