Quando em maio de 2021 confessou a Manuel Luís Goucha que tinha pedido ao seu agente para lhe “marcar o maior número possível de concertos”, Tony Carreira não estava a brincar. O artista que mais sucesso faz em Portugal e além-fronteiras queria – e quer – estar focado no trabalho, no público que tanto o adora e nos seus majestosos espetáculos ao vivo para “não ter tempo para pensar” na tragédia que se abateu na sua vida a 5 de dezembro de 2020 quando a sua filha Sara perdeu a vida num acidente de viação. O ano passado não conseguiu ter uma agenda verdadeiramente preenchida devido às limitações impostas pela DGS por causa da pandemia da Covid-19 mas neste 2022, que já vai a meio, tem estado imparável. Mais: este mês de julho e em agosto – altura em que muitos emigrantes, como ele um dia foi, regressam à pátria – vai correr o País com a sua digressão “Recomeçar”. Até à data de fecho desta edição, Tony Carreira tinha marcados 19 concertos – de 9 de julho a 2 de setembro – e a sua agenda não estava fechada, o que quer dizer que há boas possibilidades de lhe serem marcados ainda mais espetáculos para o verão.
Milhares ao rubro
Este regresso de Tony Carreira aos palcos que tão bem conhece acontece quase quatro anos depois da última vez que fez uma verdadeira digressão. Em 2019, decidiu fazer uma pausa na sua carreira e a pandemia que se instalou em março de 2020 impediu que pudesse voltar a cantar para as suas indefetíveis admiradoras. Agora, sem amarras, o “cantor dos sonhos” regressa às cidades de norte a sul do País (e também às ilhas) para levar o seu público ao rubro. “Temos visto enchentes, coisas gigantes mesmo”, disse Tony a Cláudio Ramos e Maria Botelho Moniz no programa das manhãs da TVI “Dois às 10”.
O artista explicou que faz questão de dar um verdadeiro espetáculo, que não se limita a chegar e a cantar e que, por isso, não dispensa o apoio da equipa que o acompanha há bastante tempo. “Tenho ao meu lado grandes profissionais com quem trabalho há muitos anos”, disse, explicando que, apesar de delegar a maioria das tarefas em quem confia, faz questão de “ter sempre um olhar” em tudo o que é feito. O artista garante que faz poucas exigências mas que é muito rigoroso com certos detalhes. “Ainda hoje sou a dor de cabeça quando vou cantar por aí. No camarim só peço que haja água, mas é preciso um bom palco, boas condições e não é para mim, é para o público”, disse. Apesar de já ter perdido a conta às vezes que subiu a um palco para cantar para uma plateia de milhares, a verdade é que Tony assume continuar com alguns receios: desde que o público não apareça a que algo corra mal. “Condeno o vedetismo e arrogância, por isso sou extremamente inseguro, até porque fica em nós uma responsabilidade que as coisas corram bem”, afirmou, acrescentando: “Todas as semanas pergunto como estão as vendas [para os espetáculos pagos], como estão as coisas a correr”.
A Cláudio Ramos garantiu não ser “vaidosão” e que deixa a seleção daquilo que usa nos espetáculos a cargo do stylist Vasco Correia. “Quem me escolhe a roupa é o Vasco, que trabalha comigo há 27 anos. Confio nele. Tenho muitos fatos, mas só os uso em concertos e em casamentos”, disse, revelando que no dia a dia gosta de se vestir com “ténis, ganga e uma T-shirt”. A trabalhar para não pensar no pior, Tony Carreira vai aumentando o seu capital: os seus espetáculos são dos mais bem pagos no nosso país. De acordo com o Portal BASE, que centraliza a informação sobre os contratos públicos celebrados em Portugal continental e regiões autónomas, Tony Carreira cobra entre 40 e 50 mil euros para a realização de um concerto. A avaliar pela quantidade de agendamentos, prevê-se que este seja um verão enriquecedor para o artista que move multidões.