Morreu Raquel Welch. Tinha 82 anos e, sem dúvida, que foi uma das grandes divas do cinema mundial e um símbolo sexual nos anos 60 do século passado.
O filho de Welch, Damon, confirmou que ela morreu em casa, em Los Angeles, após uma breve doença. “Ela faleceu sem dor. Estou muito orgulhoso do que ela contribuiu para a sociedade, da sua carreira e de tudo mais. Estou muito orgulhoso por ela ter feito as tourneés nos EUA com Bob Hope, durante o final dos anos 60 e início dos anos 70. Por isso, perdemos o Natal com ela durante três anos. Ela dizia que era a coisa mais difícil.”
A carreira de Welch começou na década de 1960 com participalções em programas de televisão como “The Virginian”, “McHale’s Navy” e “Bewitched”. Isso abriu caminho para papéis consecutivos em “Fantastic Voyage” e “One Million Years B.C”. Este último papel catapultou-a para o status de símbolo sexual. Welch acabaria por ser protagonista em diversos filmes, incluindo “Myra Breckinridge”, de 1970, onde interpretou uma atriz trans, e “Os Três Mosqueteiros”, que lhe rendeu um Globo de Ouro, em 1974, de melhor atriz num filme de comédia ou musical.
Welch deixa dois filhos, Damon e Tahnee Welch.
Morreu Raquel Welch
Welch nasceu Jo-Raquel Tejada, em Chicago, Illinois, filha de pai boliviano e mãe americana. Embora no início da carreira, a atriz pouco falasse sobre a sua identidade, nos anos 2000 abraçou a latinidade falando abertamente sobre as suas origens e interpretando papéis latinos como a tia Dora no programa da PBS, “American Family” e Hortensia, no filme “Tortilla Soup”.
“Raquel Welch era uma lenda do cinema durante uma época em que os latinos raramente recebiam qualquer trabalho em Hollywood (a menos que fosse um estereótipo)”, disse a crítica de cinema e editora da Entertainment Weekly Yolanda Machado. “Ela teve que esconder a identidade para ter sucesso e, apesar do peso que pode ter sido para esconder, triunfou em performances memoráveis que permanecem como um portal para toda uma geração.”
Morreu Raquel Welch
Welch disse ao New York Times, em 2002, que embora não tentasse encobrir intencionalmente a sua herança boliviana, não era uma parte significativa da sua cultura em casa por causa das tentativas do pai de assimilar o máximo possível. “Aquelas pessoas que queriam entrar no sistema americano acharam necessário e desejável suprimir essa qualidade latina”, explicou. “O meu pai nunca falava espanhol em casa, para não termos sotaque. Nunca estivemos num bairro onde houvesse outros latinos por perto. Eu não conhecia nenhum latino.”
Welch continuou dizendo que, embora se ressentisse parcialmente com esse “apagar” do seu passado, percebeu que o pai apenas tentou proteger a família do preconceito e discriminação.
Ainda assim, 40 anos após o início da carreira, e enquanto os latinos avançavam para a inclusão em Hollywood, Welch participou na luta. “Os latinos estão aqui para ficar”, disse num almoço do National Press Club, em 2002. “Como cidadã tenho orgulho em ser latina.” O cartunista político e escritor de TV Lalo Alcaraz disse que, embora o passado de Welch possa ter sido uma surpresa para muitos, sente-se honrado por os latinos poderem dizer que ela pertence à comunidade. “Não temos tantas estrelas”, disse Alcaraz. “Raquel Welch é vista como uma de nossas estrelas, e estou feliz e orgulhoso por isso.”
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