Maria do Céu Guerra dá vida a Corcovada, uma das mais carismáticas personagens de “Festa é Festa”. Numa conversa, pautada por diversos momentos de boa disposição, a veterana atriz faz o balanço dos três anos da novela da TVI. “Ainda nem percebi muito bem há quanto tempo estamos aqui. Eu já estou há 100 anos”, exclama, em jeito de brincadeira, acrescentando: “Não dei pelo tempo passar na minha vida, quanto mais numa novela! Tenho uma relação boa com o tempo, não lhe ligo grande importância. Gosto muito do ambiente de trabalho aqui – gosto muito dos meus colegas, da produção. Sinto-me bem e gosto muito da personagem que me têm deixado criar”.
A atriz recorda o momento em que lhe apresentaram a personagem. “O objetivo era ser alguém que pudesse despertar a esperança e o otimismo nas pessoas mais velhas. Disse de imediato que queria já fazer esse papel. E quando comecei a ler a personagem, liguei para a pessoa que me convidou, da produção, e disse-lhe: ‘Já percebi, eu sou o Peter Pan dos idosos’. Ou seja, aquela personagem que nos faz acreditar que podemos fazer tudo: voar, sonhar”, refere.
Maria do Céu Guerra: “As pessoas dão-me beijinhos na rua“
E esta personagem tem levado Maria do Céu Guerra a fazer coisas que nunca pensou. “Tem-me desafiado. Tenho feito muitas coisas que nunca imaginava que pudesse fazer [risos]. Andar de mota e de sidecar, atirar tiros aos pratos, a disparar de uma espingarda que quase nem posso com ela… Tem sido muito divertido, tenho gostado muito. De vez em quando tenho tido a sorte de – não saindo do teatro que adoro fazer – de poder fazer trabalhos em que caia no colo e no coração do público. Foi o teatro de revista, a série ‘Residencial Tejo’ e mais recentemente o filme ‘Os Gatos Não Têm Vertigens’. Tenho sido acarinhada pelo público”, diz, visivelmente feliz. A propósito de Corcovada, a atriz confessa ser bastante abordada pelo público. “As pessoas dão-me beijinhos na rua e dizem-me: ‘A minha mãe gosta muito de si’. Mas também me dizem: ‘A minha avó gosta muito de si’ [risos].”