Na manhã desta quinta-feira, 24 de outubro, Portugal está em luto com a notícia da morte de Marco Paulo. Nos canais de televisão, os programas estão a ser dedicados a homenagear o cantor, que morreu aos 79 anos, vítima de cancro. E no “Casa Feliz”, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de participar da homenagem por telefone, e falou sobre o legado de Marco Paulo.
“Queria juntar a minha voz, porque conheci o Marco Paulo há mais de 40 anos. Era o final dos anos 70, princípio dos anos 80. Ele era um bocadinho mais velho do que eu. E depois encontrámo-nos várias vezes. Eu fui a vários eventos e espetáculos dele nos anos 80, nos anos 90“, começa por revelar o Presidente da República.
“Depois, na virada do século, ele teve imensos problemas de saúde e venceu sempre com uma coragem enorme. Mas a grande qualidade que eu encontrava no Marco Paulo era o coração“, afirma Marcelo Rebelo de Sousa. “Era uma pessoa profundamente boa. Amigo dos seus amigos, ajudando as pessoas, que muita gente não sabe que ele ajudava. Com uma disponibilidade e uma paciência mesmo quando ele estava muito doente”.
Então, o Presidente fez questão de destacar: “Essa maneira de ser que nem sempre existe nas vedetas, e ele de facto foi uma grande vedeta. Ele durante décadas tinha uma corte de admiradores e sobretudo admiradoras. Eu assisti num concerto em Lisboa, uma multidão que foi do Norte e do Centro de propósito e esteve todo o tempo de pé a cantar as músicas dele. Eram fanáticas e fanáticos.”
“Evitei em condecorá-lo”
Na sequência, Marcelo falou sobre como o cantor era na esfera privada. “E também era muito simples. Simples com a família, com os amigos, no dia a dia, e simples a enfrentar a doença ao longo dos tempos. E era fácil ser-se amigo dele.”
Foi quando o presidente revelou uma curiosidade. “Eu durante muito tempo precisamente por ser amigo dele evitei em condecorá-lo. Mas era tal o número de pedidos que chegava ao Concelho das Ordens, que o Conselho das Ordens propôs. Eu não podia deixar de o condecorar. E condecorei-o, de facto, há dois anos. Ele merecia muito. Mas estava condecorado pelos portugueses, porque se dedicou à música, dedicou-se aqueles que gostavam da sua música.”
Por fim, Marcelo concluiu: “Foi um exemplo de luta até ao fim. Interrompi uma reunião que tinha para vir dizer que neste dia triste agradecemos ao Marco Paulo as décadas e décadas de alegria e de felicidade que deu a muito milhares de portugueses.”