É um facto: alguns alimentos causam desconforto e até inflamação. Entre eles, glúten, lactose e açúcar. Mas, acredite, não são os únicos responsáveis por problemas de saúde, como a obesidade. Para o cardiologista e cirurgião Steven R. Gundry, autor do livro “Plant Paradox”, a ingestão excessiva da lectina, proteína encontrada nos vegetais, pode levar o corpo a entrar em guerra consigo mesmo e gerar mal-estar, ganho de peso, alergias e problemas intestinais. Para combater esses sintomas, o médico desenvolveu um programa para desintoxicar, reparar e recompensar o organismo. O resultado? Saúde em dia e peso sob controlo.
Para garantir saúde, longevidade e chegar ao peso desejado, o intestino deve trabalhar a favor do organismo. E só precisa de três fases para chegar a esse objetivo.
- DESINTOXICAÇÃO
Estudos mostram que uma desintoxicação de três dias muda completamente os tipos de bactérias que habitam no nosso intestino – mas basta um dia para os “bons” desaparecerem e os “vilões” voltarem, caso tenha uma recaída e volte aos velhos hábitos. Não coma: lacticínios, grãos, frutos, açúcar, sementes, ovos, soja, plantas solanáceas (batata, beringela, tomate, pimenta), tubérculos nem carne vermelha. Em vez disso, coloque no seu prato:
• Proteínas: não consuma mais do que 226 g de frango ou peixe (salmão, marisco ou moluscos) por dia. Pode comer um abacate por dia. Azeitonas também são permitidas. Além disso, use apenas óleo de abacate, coco, sementes de sésamo, noz, gergelim e azeite.
• Bebidas: beba oito copos de água. Chá-verde, preto, de ervas e café também são permitidos. Se quiser, adoce com stévia. No fim destes três dias, pode perder de 1 a 2 kg, reduzir a inflamação e sentir uma melhoria no bem-estar.
• Vegetais: couve-lombarda, acelgas, brócolos, couve-
-de-bruxelas, couve-flor, alcachofras, rabanete e espargos são exemplos. Se tiver problemas intestinais, ingira poucos vegetais crus
e cozinhe bem os restantes.
2. REPARAÇÃO
Depois de fazer o detox de três dias, está na hora de começar o processo de reparação de, no mínimo, seis semanas. Para resultar, elimine os alimentos que contêm lectinas, incluindo as opções com sementes, como grãos, massa, pães e cereais. Durante as primeiras duas semanas, evite gordura saturada encontrada, especialmente, nos alimentos de origem animal, como carnes, manteiga e lacticínios. Consuma apenas frango, pato, peru, peixes e mariscos. No entanto, continue a ingerir os amigos do intestino citados antes e a seguir.
Banana, nabo, aipo, alcachofra e mamão verde. Nozes, bem como pistáchios e macadâmias. Sumo de limão e vinagres, incluindo o balsâmico.
Se o seu peso diminuir, as dores que sente forem aliviadas ou desaparecerem, a cognição mental estiver clara e os problemas intestinais diminuírem, está pronta para
o próximo passo.
3. RECOMPENSA
Ao contrário das duas primeiras fases, que tinham um período de duração sugerido, esta é um estilo de vida. Ou seja, deve ser seguida para sempre.
Se quiser e puder, reintroduza gradualmente pequenas quantidades de alimentos com lectinas, como pepino, curgete e beringela. Depois, se lidar bem com eles, pode voltar a ingerir tomate e pimentos sem semente nem pele.
Consuma leguminosas cozidas na panela de pressão uma vez por semana.
Reduza progressivamente a sua proteína animal a não mais do que 50 g por dia. Ingira a maior parte da proteína a partir de folhas, vegetais, cogumelos
e nozes.
O que são lectinas?
São proteínas presentes em vários alimentos. No corpo, ligam-se aos hidratos de carbono e realizam funções metabólicas importantes, fornecendo ajuda ao sistema imunológico e equilibrando os níveis de proteína no sangue, além de combater bactérias. Porém, o seu excesso pode provocar problemas, contribuindo, até, para o ganho de peso. Os alimentos ricos em lectina são feijão, soja, trigo, batatas, tomate e amendoim.
ATENÇÃO!
Todas as alterações na sua alimentação devem ser acompanhadas pelo seu médico assistente ou nutricionista