Certamente há muitos dias a viver uma nova condição profissional, estará com certeza a questionar a eficiência da sua capacidade de trabalho. É que os filhos gritam, os vizinhos de cima querem mostrar ao prédio que têm uma aparelhagem potentíssima, o do terceiro andar, que adora renovar a casa, decidiu mudar de sítio as prateleiras pela milésima vez e até o gato faz questão de lembrar que é um mimado e põe-se a miar à porta da despensa para comer mais uma latinha… Quer focar-se, mas, com este cenário, parece impossível. Até apostava, quando a enviaram para casa para trabalhar, que ia ser tudo tão mais fácil, mas não tem sido, pois não? São tantas as vicissitudes que a (sua) TeleNovelas podia trazer um suplemento inteiro dedicado a este tema, mas preferimos ser sucintas, porque queremos passar uma mensagem clara: tudo depende da nossa concentração. Por isso, arregace as mangas e aprenda a organizar-se, para que o trabalho seja tão ou mais produtivo feito a partir de casa. E, no meio de tudo, há um facto: há realmente pequenas estratégias que aumentam a produtividade.
Largue o pijama!
Não precisa de vestir a sua blusa preferida, nem aquelas calças que impressionam porque são as que melhor lhe definem a silhueta, mas estar a trabalhar com o pijama vestido é que não! É que, dessa forma, o cérebro parece não ficar preparado para estar em alerta… Mostre-lhe o contrário!
Despertador, a voz da razão
Se desde que está em casa, nunca mais o deixou “falar”, saiba que já cometeu o maior dos erros. A responsabilidade mantém–se e acordar em cima da hora ou estar na cama mais do que é devido é estar a dar um passo certeiro para um precipício chamado “preguiça”. Evite!
Querido, tenho um novo escritório
É importante definir um espaço com boa luminosidade, com tudo à mão e com exclusividade, isto é, ali é o seu novo escritório. Ora põe o computador em cima da bancada da cozinha ora leva-o para o sofá?… Não é sistema de trabalho! Andar a passarinhar pela casa atrasa tudo e compromete a eficiência da produção de conteúdos.
Hora para começar, hora para acabar
Porque não há nada como estabelecer um objetivo para o cumprir. Sabendo o que tem de realizar, autoproponha–se a fazê-lo durante um prazo realista, que irá estabelecer previamente.
Faça muitas pausas
Não é uma fuga ao trabalho. Pelo contrário: é uma retirada estratégica para recuperar a atenção. Beba água, procure um campo de visão com profundidade e pisque os olhos, para os descansar e hidratar. Levante-se e espreite os miúdos ou veja se o tal gatinho, sempre esfomeado, tem água suficiente.
Seja previdente!
Se sabe que qualquer barulhinho a incomoda, não vai deixar que isso aconteça por pura estupidificação, certo? E já que não vive no meio do mato, não tem outra alternativa senão aprender a abstrair-se. Antecipe-se e aprenda que os phones existem também para criar uma atmosfera sonora confortável, que impede o exterior de interferir com o seu raciocínio. Os vizinhos que façam o que quiserem, que nada a incomodará.
Sim, os miúdos estão em casa…
Explique-lhes que a família toda atravessa um período delicado e desafiante e que a vida continua, tal como antes, e que, no fundo, só mudou o cenário. Se forem pequeninos, terá forçosamente de se adaptar às rotinas (de sono, de refeições) deles, mas se forem mais crescidos, terão com certeza os seus compromissos escolares e têm de aprender a fazer um esforço para não chamarem pela mãe a toda a hora. Fomente a independência e, após as aulas virtuais, peça-lhes para se entreterem com a atividade didática da sua preferência. E, claro, estabeleça uma hora para lhes tirar as dúvidas relacionadas com a escola. Das 18 h às 19 h, por exemplo.