“Foi um ano de crescimento extraordinário”, começa por dizer Cristina Ferreira, em exclusivo, à revista TvMais. Não desarma mesmo perante os momentos difíceis que a têm acompanhado desde 17 de julho de 2020, dia em que se soube que ia voltar para a TVI depois de ter batido com a porta na SIC. A apresentadora e diretora de Entretenimento do canal de Queluz, do qual detém 2,5% de ações, está satisfeita e consciente de que este era o caminho que queria trilhar, mesmo que não seja o mais fácil: “Estou profundamente feliz na casa que me viu nascer e onde o objetivo é fazer televisão feliz. Não mudava uma vírgula”. E deixa um recado aos leitores da TvMais: “Vale sempre a pena desde que estejamos felizes e eu estou”. Nem as notícias que dão conta que o seu programa diário “Cristina ComVida” tem os dias contados, pois não lidera no seu horário, lhe apagam o seu tão característico riso. E faz questão de esclarecer que a sua presença no ecrã e neste formato está para durar, até porque o contrato com a produtora obriga-a a estar, no mínimo, dois anos em antena. “A perspetiva é ficar no ar por muito tempo”, garante a apresentadora. Uma fonte ligada à estação explica porque é que a diretora ainda não desanimou: “Trata-se de uma maratona, não de um sprint. Estes programas precisam de tempo para se consolidarem. Pode não acontecer de um dia para o outro. O horário de acesso à maior franja de público [o chamado nobre] é muito importante mas difícil”. A Cristina resta apenas conseguir liderar e apresentar resultados a quem apostou todas as fichas nela: o empresário Mário Ferreira.
Apoio total do patrão
O atual dono da TVI é um empresário de sucesso que vingou a pulso e não gosta de perder, mas ao comprar a Media Capital estava consciente de que não seria fácil ressuscitar uma estação que estava a perder desde a saída de Cristina Ferreira para a SIC e sem dinheiro para se reestruturar, com a espanhola Prisa a querer vender há muito. A contratação da estrela não foi em vão. O presidente do Conselho de Administração achou que ela seria capaz de voltar a dar o brilho de outros tempos ao canal e, para tal, de acordo com fonte ligada à TVI, deu-lhe “carta branca para trabalhar.” “A Cristina tem plenos poderes e reúne-se com frequência com a administração para expor o seu trabalho e os planos para combater a concorrência. Mário Ferreira confia nela. Apesar da pressão que existe, ela não foi posta em causa na direção, mas todos querem resultados”, revela a mesma fonte. Ainda em maio, a loira subiu ao rio Douro para passar um fim de semana num cruzeiro do patrão, com direito a todas as mordomias. Um sinal para fora de que tudo está bem entre eles.
Guerra aberta com a SIC
Há uma batalha para vencer nas audiências e, até agora, baseando-nos nos factos, é a SIC quem ganha em toda a linha. A TVI tem conseguido liderar, por vezes, com alguns programas, como a final de “All Together Now”, a novela “Festa é Festa”, “Dois às 10” ou a estreia de “Amor Acontece”, sem referir os jogos de Portugal no Euro 2020, que são sempre uma exceção para os canais. O plano ambicioso da diretora de Entretenimento ainda não deu os frutos pretendidos e o canal de Queluz está longe dos tempos áureos em que José Eduardo Moniz era o timoneiro. A estratégia da menina da Malveira, que quis conquistar o País, não está a atingir os objetivos pretendidos pela administração num contrato que dá a Cristina 2,6 milhões por ano, um salário galáctico e nunca visto na televisão portuguesa.
Zanga com Tony Carreira
Se a relação profissional com Mário Ferreira continua sólida, o mesmo não se pode dizer da amizade com Tony Carreira, que já viu melhores dias. Foi Cristina Ferreira que convenceu o popular cantor a tornar-se acionista do canal de Queluz, mas desde o trágico acidente da filha de Tony, Sara Carreira, que a distância se estabeleceu entre ambos, apesar dos esforços dela para reverter a situação nestes últimos sete meses. “A Cristina sempre gostou muito dos Carreira e isso não se alterou. Na verdade, ela não fez nada com o intuito de os magoar, jamais faria. Houve aqui um mal-entendido”, explicou fonte que lida com ambos. Facto é que o afastamento se mantém e tornou este primeiro semestre de 2021 mais complicado para a mulher com mais poder da TVI.