À chegada à sala de audiências, são vários os jornalistas e fotógrafos presentes. Guilherme tenta proteger Domingos e também Tomás e Mariana estão incomodados com aquela situação. Pouco depois, arranca a audiência, com o juiz a ler a sua sentença. Mas, antes de o fazer, o merceeiro pede para falar. “Eu queria pedir desculpa, pelo que fiz no outro dia. E quero assumir aqui, à frente destas pessoas todas, que estou arrependido e que não sou uma pessoa violenta. Não sou, juro! O problema é que eu amo a minha Leonor e não a quero perder. Como nenhum pai quer perder os seus filhos. O senhor Doutor terá os seus, o doutor Sebastião também… Sei que também fariam tudo para não os perder, mas não amam mais os vossos filhos que eu amo a minha Leonor. Sentir que posso perdê-la é uma dor muito grande…”, solta emocionado. O causídico começa então a falar e olha diretamente para o tio de Fátima: “O que está aqui em causa não é o carater dos pais, as suas intenções, ou as suas personalidades. O que está em causa é sempre e fundamentalmente o superior interesse da criança. Não está em causa o interesse do senhor Tomás Folgado nem o interesse do senhor Domingos Nunes. O importante é a Leonor Barroso. Percebe?”, solta, vendo-o a acenar afirmativamente. “E é tendo em conta esse interesse que eu tomei a decisão de libertar a Leonor dum lar onde reina a instabilidade, a manipulação e a tensão violenta, e conceder-lhe a oportunidade de viver de forma equilibrada e serena. Vai diferido o pedido do requerente Tomás Folgado, passando a guarda da menor a ser exercida na íntegra pelo pai biológico”, anuncia, deixando todos perplexos.
Fora de si, Domingos dispara: “Isto não pode ser! Não pode ser! Vão tirar-me a minha filha? Mas estão a brincar comigo?”. “A decisão tem efeitos imediatos e será revista sempre que o bem-estar da criança assim o justifique…”, prossegue o magistrado. “Eu não fiz nada de errado, sempre fiz tudo pela minha filha! Isto é uma injustiça, não pode ser! Não pode ser, porra! O senhor Juiz tem filhos? Não acredito! Se tivesse não podia fazer uma coisa destas! Isto é um absurdo!”, insiste o merceeiro. O juiz ignora-o: “As visitas dos requeridos podem acontecer sempre que a menor o peça ou aceite, mas sempre com a supervisão do pai biológico ou alguém para tal mandatado”, continua a dizer, mas o marido de Rosalinda continua a pedir-lhe que o ouça, com Guilherme a pedir-lhe que se cale. “Haverá nova avaliação psicológica da Leonor em 3 meses. Está encerrada a sessão”, anuncia o magistrado, saindo do local com a procuradora. Domingos volta a pedir-lhe atenção, mas é ignorado e vira-se para Tomás: “Estás a rir de quê? Estás satisfeito? Estás? Conseguiste dar cabo de uma família. A Leonor era feliz sem ti! Filho da mãe, só vieste estragar tudo!”, solta, saindo porta fora. Entretanto, Mariana aproxima-se de Tomás e dá-lhe os parabéns, bem como Sebastião. Mas ele está ainda assimilar tudo. “Estou contente, sim. Mas não estava à espera e não sei se vai ser bom para a Leonor”, admite.
Ao chegar a casa, Domingos revela à mulher que perderam a guarda da menina. Ela fica em choque e assegura que a culpa é dele. “Não pode ser! Não pode! A culpa é tua! Tua e do teu feitio! Nós vamos perder a nossa filha por tua culpa! Tinha de ser tudo como tu querias, tudo à tua maneira, tudo à bruta, sem pensar nas consequências! E agora como é que vai ser? Como é que vai ser a nossa vida?”, questiona. Ele não lhe responde e ela continua: “Isto é castigo, é penitência. É Deus a castigar. Porque nós merecemos, porque nós fizemos tudo errado. Tudo errado!”. Guilherme entra nesse instante e explica que vai recorrer da decisão. “A Leonor não vai sair da vossa vida. E aconselho-vos a obedecer ao tribunal para não piorarem a situação. Não querem perder a Leonor de vez, pois não?”, afirma, criticando o seu cliente pelo comportamento na sala de audiências.