Aldeia Velha e a Aldeia Nova são divididas pelo rio. Eugénio segue pela berma da sinuosa estrada de alcatrão acompanhado pela cadela Luz, com quem conversa, diz que vem aí uma tempestade das antigas. Por ele passa um autocarro que faz levantar o seu chapéu da cabeça, Afonso vai no autocarro, ouvem buzinar e é Mia que conduz no carro atrás, cheia de pressa. Quando finalmente a estrada permite, após uma curva, Mia ultrapassa o autocarro, buzinando ainda mais saturada de ir atrás deste e segue caminho. O Autocarro estaciona para abastecer e Afonso repara no carro que os ultrapassou.
Mia bebe café e pergunta se está no caminho certo para Rio Meandro, o funcionário da bomba de combustível diz-lhe que sim e dá indicações. Quando Mia sai cruza-se com Afonso, que vem a entrar. Trocam um olhar. O espaço é apertado. Desviam-se os dois para o mesmo lado, novamente para o outro, ele sorri e deixa-a passar. O funcionário pergunta se ele não é filho do Guerreiro do Rio Meandro. Afonso confirma e diz que veio fazer uma surpresa aos pais, pede que não diga nada.
No campo agrícola, Rui Guerreiro observa, orgulhoso, um canal de rega de betão, cuja construção está terminada, mas que ainda não tem água em curso. Fala com um engenheiro responsável pela obra. Helena chega de moto quatro, diz a Rui que vai ver a mãe. Rui recebe chamada do funcionário da bomba a dizer que Afonso passou por lá. Rui e Helena estranham a visita de Afonso e resolvem esperá-lo no largo.
No largo, decorrem os preparativos para o concerto que vai realizar-se. Helena dirige-se a Matias e diz que vai ter o seu neto na plateia. Armanda chama-a do salão de beleza, Helena afasta-se e Matias diz aos músicos que vão ter mais uma música no reportório.
Amélia está sentada na cadeira de pentear, a sentir-se mal com a tensão alta. Armanda está a dar-lhe ar frio vindo do secador. Helena dá um raspanete à mãe por não tomar a medicação enquanto se prepara para lhe medir a tensão, conta-lhe sobre a chegada de Afonso. Amélia pede a Armanda que lhe arranje o cabelo para receber o neto.
Afonso já saiu do autocarro e pedala feliz na sua bicicleta por uma estrada de terra batida, mais à frente vê o carro de Mia na mesma estrada, em marcha mais lenta que anteriormente. Afonso avança, até que o carro de Mia passa por cima de uma pedra, um pneu do carro rebenta e ela perde o controlo do volante, imobilizando-se num buraco enorme onde fura outro pneu. Afonso sai da bicicleta a correr, em direção ao carro de Mia e bate-lhe no vidro a perguntar se ela está bem.
No rio, Paulo rema, manejando a pagaia com mestria de quem o faz há muito, cumprimenta as lavadeiras que estão na margem a lavar roupa e Ulisses que passa por ele no seu barco. Já no carro, Paulo segue com o caiaque no tejadilho. Passa pelo turismo rural de Constança e estaciona em frente à loja bio e bar de Dieter, onde Constança, Mónica e Dieter discutem sobre o canal de rega construído não chegar a aldeia nova. Paulo que vinha calmo, fica irritado ao ouvir o que eles falam e diz que vai tirar isso a limpo com Rui, Mónica diz que vai com ele.
Afonso avalia o carro de Mia, tenta perceber porque ela foi por ali. Ela diz que foi o homem da bomba que lhe indicou que aquele era o caminho. Afonso tenta ligar ao mecânico da aldeia, mas não tem rede de telemóvel.
Sob a orientação de Matias, a banda filarmónica está a ensaiar algumas notas, quando ouvimos um fortíssimo motor de moto, acompanhado por uma música de reggaeton em alto volume. A conduzir a moto vem Tó Calhau. Estaciona e sai da moto, passando por dois idosos que jogam à malha e mete-se com eles lançando um disco para eles verem como se joga, entra na tasca e diz que tirou folga para ver a banda. Adelaide pede ao avô, Tosso, para ir brincar para a rua. Matias chama Tosso para ensaiar, têm uma música nova.
Afonso diz a Mia que a leva na sua bicicleta até a um sítio que tenha rede, apresenta-se, diz-lhe que cresceu naquele vale, o pai é o presidente da junta e a mãe é médica. Mia segue à garupa da bicicleta, maravilhada com a vista. Afonso explica-lhe onde fica a Aldeia Velha e a Nova. Mia diz que os pais vivem na Aldeia Nova.
Helena e Rui chegam ao largo e cumprimentam os populares, ela está ansiosa com a chegada do filho, fala com Rui sobre o que será que o traz por cá. Matias dirige os músicos que começam a tocar completamente desencontrados, para grande angústia de Matias. Paulo e Mónica aproximam-se de Rui e confrontam-no sobre o canal de rega servir apenas a Aldeia Velha. Rui justifica que não havia verba suficiente e teve de tomar uma decisão, mas assim que houver verba avançam para a segunda fase da obra. Mónica chama-lhe sonso porque fez uma promessa que não cumpriu. Acabam por discutir até ouvirem o barulho de uma valente trovoada que se aproxima.
Eugénio continua a caminhar, fala para Luz que bem disse que vinha aí tempestade, a mesma de há 40 anos.
Renata limpa e arranja a campa da mãe, emociona-se a falar para ela. Nuno aguarda-a e vai ter com Covas, dá-lhe dinheiro para que ele cuide da campa da mãe de Renata todas as semanas. Covas assente. Nuno repara em Renata no lugar do condutor, ela diz que agora conduz ela.
Mia e Afonso seguem agora a pé. Mia começa a ficar arrependida de nunca ter vindo a aldeia, só conhecia através de fotografias. Afonso conta-lhe que vem a trabalho, mas não adianta o assunto. Mia diz-lhe que é advogada, ele brinca e diz que só podia ser, ela diz que é melhor que ser cabeleireira, ele diz que a avó é, mas não leva o comentário a mal.
Amélia vê se o penteado ainda está perfeito e coloca mais laca. Armanda acabou de arrumar os vernizes, tira a bata para ir ver a banda e receber Afonso, mas Amélia manda-a ficar a trabalhar porque está para chegar uma cliente. Tó Calhau entra e brinca com Armanda, sugere dar uma volta na moto dele mais tarde, mas Armanda vira-o e dá-lhe um ligeiro empurrão na direção da porta.
Matias tenta acabar com a discussão, para que o concerto comece, apesar do céu estar cada vez mais carregado. Adelaide avisa que vem aí Afonso e Matias, entusiasmado, dá ordens para a banda tocar. Afonso e Mia aproximam-se, Helena diz a Rui que ele trouxe a namorada, Mónica ouve e diz que aquela é a filha dela e começa nova discussão. Amélia mete-se no meio da discussão, afastando-os, enquanto a música continua a tocar, com Matias muito animado e orgulhoso a olhar para o neto Afonso. Mia e Afonso aproximam-se da discussão, aparvalhados. Ele diz que um dos casais são os seus pais, o outro não sabe e Mia, em choque, diz que são os pais dela. Rui e Helena aproximam-se de Afonso, enquanto Paulo e Mónica juntam-se a Mia. Falam todos ao mesmo tempo quando um relâmpago ilumina a praça, ouve-se um enorme trovão e começa a chover intensamente. A banda pára de tocar e todos correm em diferentes direções.
Paulo está feliz por ter a filha em casa. Mónica tenta perceber o que a fez vir. Mia diz que estava cansada da exigência de tantas horas de trabalho e saiu do escritório de advocacia. Mónica fica desconfiada porque era a paixão dela e nunca comentou com eles que queria mudar de vida. Paulo tenta apaziguar, mas Mia, perde a paciência e sai para o quarto.
Afonso tenta perceber junto dos pais qual o problema com os pais de Mia, eles resumem ao facto de serem moradores na aldeia nova. Afonso pensava que essa rivalidade já não existia visto a aldeia nova ter novos moradores que vieram viver para ali para fugir da cidade. Rui e Helena dizem que estão aliviados por saber que Mia não é namorada dele. Afonso explica que veio em trabalho, mas assinou um termo de confidencialidade e não pode contar o que se trata. Pede ao pai se o pode ajudar a reunir a população para fazer a apresentação no dia seguinte. Já a sós com a mãe, Helena insiste em saber do que se trata, ele conta-lhe que é uma barragem.
Mónica está preocupada com Mia, pensa se ela terá sido alvo de assédio no trabalho. Paulo desvaloriza, diz que se preocupa demais e nunca vai deixar de investigar como jornalista que era. Acha melhor darem o espaço que ela precisa.
No lobby do turismo rural na aldeia nova, Constança diz a Afonso que, a sala está pronta, dos dois quartos reservados, tenta perceber se um deles é para Afonso, mas ele diz que é para a sua patroa e para o secretário dela. Renata chega com Nuno diz que vai ficar na aldeia nova por tempo indeterminado. Assim que saem, Bernardo e Constança festejam com alegria a entrada financeira que aquela estadia vai trazer.
Afonso diz a Renata que já pediu ao pai para marcar uma reunião com os habitantes, mas não lhe contou nada. Renata fala das mudanças de localização da barragem e como isso implica que uma das aldeias morra. Afonso fica perturbado. Renata tenta acalmá-lo, diz que vão estudar várias hipóteses e o estudo do impacto ambiental será decisivo. Já a despedir-se de Afonso, diz que conta com ele. Nuno acaba de arrumar uns papéis, diz-lhe que ela esteve muito bem, mas Renata dispensa elogios. Nuno pergunta se têm encontro marcado no quarto dela, mas ela diz-lhe que quer ficar sozinha. Renata desfaz as malas e fica nervosa ao perceber que falta algo, decide ir ao seu carro buscar o portátil e um livro, de onde cai uma fotografia de Renata em criança – na imagem está um grupo de crianças, entre eles Joana, Rui, Helena e Miguel, vestido de acólito, junto ao pai de Miguel, Alfredo, o diácono da altura. Renata volta a guardar a foto no livro e olha para a chuva a cair, lembrando-se da última vez que pisou aquela terra, há 40 anos.
Afonso observa a chuva cair lá fora, ainda está afetado com a reunião que teve com Renata. Luísa mete-se com ele, mas ele nem percebe. Afonso recebe sms da mãe e sai apressado para ir a casa da avó.
Helena conduz com muita dificuldade e sem qualquer visibilidade tal é a intensidade da chuva. Logo em seguida, fica com o carro atolado. Tenta arrancar, mas não consegue. Sai do carro e corre na direção da casa de Amélia.
Paulo e Mia tiram as malas do porta-bagagens do carro de Mia. Paulo está preocupado com tanta chuva que não é habitual. Amélia continua de volta das galinhas, Helena manda-a ir para casa, mas ela diz que só faltam duas e Helena ajuda-a para sairem de casa de Amélia rapidamente. Lá fora uma arvore está na iminência de cair e ficarem cercadas. Afonso corre pela chuva e terreno enlameado a caminho da casa de Amélia. Está cansado e encharcado. Paulo conduz o carro com Mia ao lado, quando veem Helena e Amélia a tentar contornar a árvore. Ao vê-las, Paulo trava e vai ajudá-las, Mia fica dentro do carro e percebe que a árvore pode cair a qualquer momento, Mia sai do carro e corre para Paulo, Helena e Amélia apontando para a árvore que começa a cair. Amélia está desorientada. Com a árvore já em queda, Mia corre para Amélia e puxa-a para trás. Em simultâneo, Helena afasta-se para a margem do rio, mas acaba por escorregar e cai na água, segurando-se numa raiz que está por ali. Paulo consegue passar pela árvore já caída e corre para Helena. Afonso chega a correr e vê a mãe em apuros. Paulo estica a mão para Helena segurar-lhe, mas a raiz parte-se e Helena é levada pela forte corrente. Afonso corre na direção da margem, quando, num impulso, Paulo atira-se ao rio para ir atrás de Helena. Mia grita pelo pai enquanto se precipita para a margem do rio onde está Afonso. Os dois veem Paulo e Helena a serem levados pela corrente.
Na sala paroquial, Miguel tira uma bíblia da estante, quer fazer uma oração, mas Isabel esquiva-se. Miguel chama Lara que vem irritada, tem os exames nacionais à porta e tem de estudar, não tem tempo para orações. Rui aparece para informar que o telhado da igreja caiu.