Numa participação recente no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, do jornalista Bernardo Mendonça, Catarina Furtado assumiu que se sente frustrada com o rumo da televisão nacional. A apresentadora da RTP1 aproveitou para falar de forma crítica sobre alguns formatos que permanecem um grande sucesso de audiência no pequeno ecrã.
Em primeiro lugar, Bernardo Mendonça quis saber se Catarina Furtado continua frustrada com a televisão, ao que a apresentadora confirmou que sim. Entretanto, a seguir, ponderou: “Estou numa fase um bocadinho mais desprendida”, disse. “O facto de me ter separado há um ano e meio, também mudou muitas coisas na minha vida. E obrigou-me de alguma forma a ouvir-me mais. Porque ouço muito os outros.”
Então, a apresentadora destaca: “Eu não estava a ouvir uma parte de mim, que é: Eu sou mesmo apaixonada pelo que faço. Pelas várias coisas que faço na minha profissão. E tendencialmente, tinha mais dificuldade em ouvir que precisava de parar um bocadinho. Parar a euforia de fazer com que as coisas acontecessem. Porque dá-me um prazer gigantesco pegar no barro, moldá-lo, e ver a coisa acontecer. Estou sempre a fazer crescer projetos, desde projetos na televisão, coisas na minha vida social. Estou sempre a fazer acontecer.“
“Continuam os reality shows?”
Foi quando Catarina Furtado assumiu: “Tive de parar um bocadinho com as mudanças na minha vida afetiva e pessoal. Parei e percebi que estava um bocadinho workaholic.” Então, a apresentadora justifica: “Faz com que eu tenha uma distância um bocadinho maior em relação ao estado da televisão. Não me estou a envolver tanto. Não estou com tantas garras de fora do tipo: ‘Continuam os reality shows? Continuam a dar que falar e continua a ter imensa audiência?”
Na sequência, Catarina destacou: “Tenho a sorte de fazer um formato que continua no ecrã, que é o The Voice. Que me preenche em vários níveis”. A apresentadora ainda fala sobre de que forma aprende com o programa da RTP1. “É muito interessante a forma como eu aprendo a ler as pessoas a fazer aquele programa.”
“Acho que é uma televisão que deforma”
Por fim, a apresentadora falou sobre o que pensa dos formatos que continuam a ser sucesso de audiências no entretenimento da televisão. “Eu acho que (a televisão) continua a querer entreter. Gargalhada fácil do gelado na testa. Mas mais do que isso, eu acho que a televisão continua a querer deformar. Deformar as pessoas.”
Além disso, a apresentadora destacou o que acredita ser o pior das programações de televisão atuais. “Acho que a televisão tende a alimentar mais o lado mal, porque o lado mal é consumido com mais facilidade. Por que é que as boas notícias não espalham? O mal é muito mais guloso e mais fácil de ser transmitido boca a boca. E portanto acho que é uma televisão que deforma.”