Tem 26 anos e, após várias tentativas, conseguiu finalmente entrar em “Big Brother”. Em casa, a família apoia-o incondicionalmente, tal como sempre o fizeram em todas as suas batalhas. Mas por detrás do sorriso e da boa disposição, o técnico de arvoredo esconde momentos nem sempre fáceis. Em exclusivo à revista TvMais, a irmã conta tudo. Gabriel Sousa foi agredido por ser homossexual – Vida de superação.
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“Ele é um doce, amado por toda a gente”
Em Paço de Sousa, Penafiel, poucos são os que não conhecem Gabriel Sousa, ou Toninho, como é carinhosamente tratado no seio familiar. Filho da terra, o concorrente de “Big Brother” é adorado por todos. “Ele é um doce, amado por toda a gente. Aliás, várias pessoas que o conhecem estavam-lhe sempre a dizer porque é que ele não ia para um programa destes”, começa por contar Maria, a irmã do nortenho.
A verdade é que o jovem, de 26 anos, já se havia inscrito várias vezes no reality show, mas só agora conseguiu tornar-se concorrente. Todavia, a família só soube há uma semana, quando ele recebeu a aprovação final de que iria entrar na “casa mais vigiada do País”. A reação foi de apoio, claro está. “Aquilo que lhe dissemos foi: OK, porta-te bem. E ele disse-nos que ia ser ele próprio, que se ia respeitar, como pedimos desde pequenino. Isso é o mais importante, haver sempre respeito”, acrescenta, em seguida, a irmã do participante.
“O Gabriel esteve na Roménia a fazer Erasmus e gosta de levar pessoas lá a casa”
De acordo com Maria, Gabriel quis ir para este programa para deixar uma mensagem de esperança. E abrir mentalidades. Desde logo pelo exemplo que teve em casa. “Para se ter uma ideia, o seu leque de amigos é um bocado de tudo, pessoas de diferentes locais, com diferentes culturas. O Gabriel esteve na Roménia a fazer Erasmus e gosta de levar pessoas lá a casa, dá-los a conhecer. Nós somos da aldeia, os nossos pais são pessoas relativamente fechadas, e ele foi abrir a mente de toda a gente”, admite, em suma. E insiste: “Isso aconteceu desde sempre e não foi só pela orientação sexual do meu irmão. Por isso é que ele diz que foi para a casa abrir a mente de todos ‘os velhinhos de Portugal’. Se conseguiu abrir a mente do meu pai, consegue de toda a gente”.
“Gostava de pintar o cabelo de outras cores, sempre gostou de marcar pela diferença”
Gabriel estava a entrar na vida adulta quando decidiu assumir a sua orientação sexual. Por essa altura, estava numa escola em Marco de Canaveses a estudar. “Ele no secundário quis seguir a área de agricultura e só vinha a casa ao fim de semana. Até que começámos a perceber que algo se passava, dizia que não estava a ser bom”, recorda Maria. Já por essa altura o rapaz mostrava ser alguém especial, “gostava de pintar o cabelo de outras cores, sempre gostou de marcar pela diferença”, acrescenta.
E foi num desses dias que se sentou com os pais e disse que achava que gostava de homens. A reação dos progenitores foi de apoio. “A minha mãe disse-lhe: Meu amor, gostas do que gostares, estamos aqui para te dar a mão. O meu pai foi mais fechado, mas nunca foi contra, sempre lhe pediu que estivesse à vontade e que se respeitasse. Acabámos por levar tudo na boa, foi algo natural”, confidencia a irmã. Mas se em casa o apoio foi incondicional, na escola, Gabriel sofreu muito bullying, quer de colegas como de professores.
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“Ainda não tinha tido a conversa com o meu avô, porque não sabia como ele iria reagir”
Contudo, até na escola de condução, onde andava a tirar a carta, viveu momentos difíceis. E chegou mesmo a ser vítima de violência. “Ele foi agredido. E ainda não tinha tido a conversa com o meu avô, porque não sabia como ele iria reagir. Eles eram muito próximos, mas naquele instante contou-lhe o que se passou e o meu avô disse logo que não importava o que ele era, se lhe bateram, não podiam e tínhamos de ir à polícia”, revela, em seguida, Maria. E foi isso que aconteceu.
A família apresentou uma queixa, que foi para tribunal, e ganharam o processo. No meio de tudo isto, e mesmo com a rejeição de que foi sendo alvo, Gabriel nunca desistiu. “Tudo isto fez com que ele tentasse sempre ser ainda mais forte e lutasse para ser o melhor. E a verdade é que teve sempre excelentes notas e foi o melhor da turma”, orgulha-se Maria. Agora toda a gente está orgulhosa. “Tanto eu como os meus pais damos-lhe o maior apoio. Estamos muito contentes por vê-lo no programa”, diz, em suma.
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Percorra, por fim, a galeria de imagens do concorrente de “Big Brother 2024”. Gabriel Sousa foi agredido por ser homossexual.