Foi há alguns dias que fotografias partilhadas nas redes sociais acenderam uma grande polémica em torno de Cuca Roseta. Em visita aos Açores, a fadista publicou imagens num restaurante em Ponta Delgada, mas os comentários deixados na rede social da cantora não destacavam a gastronomia açoreana ou o local escolhido para o jantar, mas sim as roupas usadas por Cuca Roseta.
No último fim de semana, a fadista reagiu à polémica, com um longo texto sobre liberdade e julgamento nas redes sociais. Ao partilhar uma fotografia do próprio rabo, Cuca Roseta começou de forma direta, a chamar a atenção: “Olá eu sou a Cuca Roseta e estas são as minhas nádegas, traseiro, glúteo, rabo ou o que lhe quiserem chamar. Também tenho (como qualquer ser humano normal) olhos, boca, braços, mãos, cabelos, etc..”
A fadista então explica: “Escrevo este post porque há 3 dias atrás partilhei uma fotografia na minha felicidade e inocência, com a roupa com que estava vestida, naquele mesmo dia em que fui com os meus músicos jantar em Ponta Delgada, num restaurante fantástico que se chama “a Casa do bacalhau”. De repente fui inundada de mensagens a comentar o meu rabo, as minhas calças e o que devia vestir ou não devia vestir e fazer ou não fazer.”
É quando Cuca Roseta começa uma reflexão sobre a liberdade. “Ora todas as pessoas que me seguem sabem que eu estou de bem com a vida e com o meu corpo e que por acaso não é propriamente sobre o que é efémero que me costumo debruçar, seja nos temas ou ideais partilhados nas minhas redes sociais, seja na minha vida profissional, familiar e espiritual.”
“Vamos lá ver meus senhores, vivemos de uma forma livre, em que seja qual for a cultura onde nascemos cada um tem o direito de vestir o que quiser e bem lhe entender, desde os indígenas aos que utilizam burca e não ser julgado ou criticado pela diferença.”
A fadista ainda chama a atenção para os julgamentos nas redes sociais. “Até quando tanto ódio, tanta maldade, tanto preconceito e julgamento? Não chegou já a altura de olharmos para dentro? Não tivemos já tantas chamadas de atenção! Tantos desafios suficientes que nos obrigaram a olhar para as nossas casas, as nossas famílias, para a certeza de que nada é permanente? Está na cara que precisamos de cuidar mais de nós próprios, do nosso espírito, da nossa verdade e deixarmos o outro em paz. Não chega já de ferir os outros, só porque somos nós que temos o coração ferido? De culpar o outro, de chingar o outro? Bolas… Não é isso que vai sarar as nossas feridas!”
“Hoje o meu rabo e a minha voz, assim como o meu espírito e a minha alma vão estar no palco da Mealhada, a cumprir com a unica missão a que nos somos propostos a cada dia desde de que nascemos e nos é dado um dom: Fazer os outros felizes e levar-lhes todo o amor e luz através dos instrumentos que nos são dados para tal.”
E por fim, Cuca Roseta deixa o apelo: “Chega de guerras! O mundo precisa de Respeito e de Amor”.