A 1 de Setembro de 2009, Rosalina Ribeiro, sem filhos, decidiu alterar o seu testamento em Portugal. Anula o testamento que fizera em 20 Junho de 2007, onde o grande beneficiário era Armando Carvalho, seu afilhado, e redistribui o seu património em Portugal por quatro sobrinhos do seu defunto marido (Luís Ribeiro) e pelo Instituto Português de Oncologia (IPO). Esta decisão (novo testamento) foi outorgada em escritura pública, em Lisboa, cinco dias depois de a antiga companheira do milionário Feteira ter partido para o Brasil (6 de Setembro de 2009). Lá, Armando Carvalho continua como herdeiro de Rosalina, conforme está outorgado num outro testamento. Em Portugal, apenas os novos beneficiários foram avisados da decisão. Armando Carvalho, herdeiro no Brasil, foi ouvido pelas autoridades brasileiras pouco depois da morte da sua madrinha.
Declarações
Após ter tomado conhecimento da morte de Rosalina Ribeiro no Brasil, no âmbito das investigações subsequentes, as autoridades brasileiras ouviram o afilhado beneficiado na herança de Rosalina – Armando Carvalho. Por esses dias, em Portugal, os herdeiros de Rosalina anunciam que a última vontade da tia estava registada em testamento. A disputa pelo património da idosa sobe de tom. Passam os meses e, já à beira do fim das investigações, no Brasil, Armando Carvalho, oferece-se para prestar novas declarações. Matérias importantes ter-se-ão avivado na memória de Carvalho, que presta novas declarações já em Junho de 2011. É nesta segunda vez que conta às autoridades ter ouvido amigas de Rosalina referirem que a madrinha terá contado que Duarte Lima exigia um documento a atestar nada ter a ver com as avultadas transferências das contas de Rosalina e do milionário Feteira. Nos documentos a que tivemos acesso não se descortinam os nomes das amigas nem alguma diligência para as ouvir. Pouco depois, a acusação saiu.
Novo testamento, novos herdeiros
Do que se conhece, em Portugal, Rosalina Ribeiro era proprietária de seis imóveis, dos quais se destacam dois apartamentos em Vieira de Leiria, um em Lisboa e uma casa no Algarve (esta avaliada em cerca de 3 milhões de euros). Na decisão de 1 de Setembro, apenas os beneficiários foram alterados. O afilhado Armando ficaria com os bens do Brasil (conforme testamento que Rosalina Ribeiro deixou no Brasil para o efeito) e os quatro sobrinhos, bem como o IPO, com os bens da tia em Portugal. O que veio a acontecer. Pelo menos com um dos quatro sobrinhos (Vítor Ribeiro), que, em Abril de 2010, registou em seu nome o apartamento de Lisboa, tendo posteriormente doado a propriedade a um filho seu. Ou seja, Rosalina deixou dois testamentos (um no Brasil e outro em Portugal) sem contar com as contas bancárias nem com a percentagem a que teria direito na “herança Feteira”, cuja divisão ainda hoje não está completa.