Não conheço ninguém que não tenha a sensação de que o tempo está a passar depressa demais. Também não conheço quem não se refira a isso como algo assustador. Até aqui, tudo bem. O que me intriga é a incoerência do ser humano. Se, por um lado, quase todos se assustam com a “urgência” do tempo, por outro, noto que mal o sol nasce já as pessoas estão ansiosas para que o dia acabe rapidamente.
Hoje de manhã, três pessoas deram-me os bons dias e disseram: “E que chegue depressa a noite”. É difícil entender. Não seria mais proveitoso viver minuto a minuto? Na pressa de ir para casa, fazer chegar o fim de semana ou seja lá o que for, muita gente fecha os olhos para a dádiva de despertar e ter um dia inteiro pela frente, ainda que cheio de tarefas. Assim, os minutos passam, o dia termina e a vida abrevia-se.
Vá com calma! Para quê apressar um tempo que, naturalmente, já passa com demasiada rapidez? Como escreveu o poeta Gilbert Keith Chesterton (1874-1936): “Uma das grandes desvantagens de termos pressa é o tempo que nos faz perder”. Boa semana.
Os minutos passam, o dia termina e a vida abrevia-se. Vá com calma! Para quê apressar um tempo que, naturalmente, já passa com rapidez?