A polícia inglesa declarou “causa de morte desconhecida” o falecimento de Brenda Leyland. A mulher de 63 anos foi encontrada morta, à 1.42 h, de sábado, 4 de Outubro, no Marriot Hotel, em Enderby, perto de sua casa. O exame post-mortem não conseguiu estabelecer a causa da sua morte e as autoridades adiaram as conclusões para 18 de Dezembro próximo.
Previu a sua própria morte?
Em Novembro de 2013, Brenda deixou escrito na rede social Twitter que, caso morresse, o público que questionasse a sua causa de morte oficial. Por coincidência, depois de se ter falado em suicídio num primeiro momento, as autoridades britânicas declaram agora desconhecer a causa de morte de Brenda.
Brenda Leyland
Morava a 24 km dos McCann. Divorciada, mãe de dois filhos adultos, Brenda Leyland foi educada num colégio de freiras e estudou na Goldsmiths, University of London. Pertencia ao grupo de críticos de Kate e Gerry McCann que postou centenas de mensagens online. Era conhecida nas redes sociais como “Sweepyface”. Fazia parte do grupo de pessoas que nas redes sociais recusam acreditar nas versões oficiais sobre o desaparecimento de Maddie (rapto) e se insurgem contra quem tenta silenciar os críticos. No Twitter, Brenda Leyland, terá escrito “Até quando os McCann merecem sofrer? No resto das suas vidas miseráveis”.
Entrevistada
Na quinta-feira, 2 de Outubro, Brenda foi abordada à porta de sua casa por Martin Brunt (um dos maiores críticos da Polícia Judiciária no caso Maddie), da televisão SkyNews. O jornalista con-
frontou-a com as mensagens que ela teria posto nas redes sociais e perguntou-lhe por que motivo estava a “atacar” os McCann no Twitter, ao que ela respondeu: “Eu tenho o direito de fazer isso”. É então que o jornalista lhe diz que o caso foi denunciado à polícia. Brenda Leyland respondeu-lhe que tinha “direito à opinião” e partiu. Mais ninguém a viu. Apareceu morta dois dias depois, sem causa de morte conhecida.
A versão da polícia
A polícia encontrou o corpo da mulher já sem vida, mas terão sido levantadas dúvidas quanto à forma como o cadáver foi descoberto. O sargento Kevin Taylor, da polícia de Leicestershire, contou que estava de plantão no sábado, quando recebeu uma ligação para ir ao Hotel Marriott, em Enderby, onde os paramédicos diziam estar “uma mulher morta dentro da sala”. O polícia afirma que “na cena [da morte] estava acompanhado por outro polícia e a equipa da ambulância do município”. Taylor disse que o quarto de hotel foi isolado e que sua avaliação inicial foi de “não parecer ser um crime”. Brenda Leyland foi formalmente identificada por um parente na Leicester Royal Infirmary no dia seguinte. Foi dito que não havia nenhuma evidência de crime ou envolvimento de terceiros na morte, mas a especialista forense Catherine Mason afirmou: “Não estou em condições de concluir isto hoje porque a causa da morte ainda não é conhecida e os inquéritos policiais ainda estão, justamente, em curso”. Tudo adiado até 18 de Dezembro.
Polémicas
A entidade reguladora da comunicação social em Inglaterra (Ofcom), recebeu 60 reclamações sobre a reportagem da Sky News. A estação de tv disse em comunicado: “Ficámos tristes ao saber da morte de Brenda Leyland. Seria inapropriado especular ou comentar mais neste momento”. No Facebook corre uma campanha “Despeçam Martin Brunt” que tinha esta semana cerca de 1500 apoiantes. A morte de Brenda tem atraído ainda mais atenção para a controvérsia que envolve o desaparecimento de Madeleine McCann. A jornalista internacional Sonia Poulton (ver caixa) declarou num vídeo estar solidária com Brenda, não aceitar a versão oficial do desaparecimento de Maddie e deplorar o facto de haver pessoas censuradas por partilharem as mesmas opiniões sobre o caso. O porta–voz dos McCann, Clarence Mitchell, afirmou: “Kate e Gerry não têm nada a dizer. É inteiramente uma questão para a polícia”.
Como tudo começou
No programa da BBC Radio 4 Today, foi revelado que a polícia britânica recebeu um dossiê, alegadamente feito por apoiantes da família McCann, composto por 75 documentos que catalogam os autores de comentários agressivos – incluindo ameaças de morte –que visam o casal McCann no Twitter, Facebook e fóruns online. O jornalista da Sky News terá tido acesso a dados desse dossiê e assim terá chegado à identidade de Brenda Leyland que nas redes sociais era conhecida por “Sweepyface”.