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Inevitável começar pelo massacre de Paris. Diria mesmo: impensável começar de outra forma. Acima de tudo, porque não se tratou apenas de um ataque cobarde e desproporcionado a jornalistas. É um golpe que pretende atingir a liberdade de expressão, logo, a liberdade, logo, instalar o medo, única forma de poder desta escumalha que se esconde atrás de falsos princípios religiosos, que fazem corar de vergonha o verdadeiro Islão. Depois, e não menos importante, uma novidade no modo de operar. Depois de muitos e muitos anos de ataques suicidas, dos quais os ataques em Nova Iorque foram os mais aterradores, este estilo de execução rápida e cruel com fuga a seguir vem levantar novos problemas. Primeiro, aproxima mais este ataque de um homicídio “vulgar” do que propriamente de uma luta “religiosa”. Dizem que mataram em nome do profeta, sim, mas a verdade é que não quiseram ir logo encontrar-se com ele… Muito pelo contrário, tentaram a fuga enquanto puderam, o que traz o risco acrescido (como se viu) de irem fazendo novas vítimas nesse caminho desesperado. Repare-se que não houve um momento de indício de suicídio até ao desfecho final. E esse só aconteceu quando já não havia saída: escondidos dentro do espaço fechado de um pavilhão industrial. Foi então, e só então, que terá sido tomada a decisão final. Conscientes de que, apesar de tudo, a polícia preferiria apanhá-los vivos (para interrogatórios, para saber como organizaram tudo, e a mando de quem, se há outros ataques planeados), só então, dizia, preferiram, de forma notória, não se deixarem apanhar vivos. E morrer no que consideram, nas suas cabeças distorcidas pelo fanatismo, ser um último ato guerreiro. Adivinhei-o desde cedo, e comentei mesmo com alguns colegas meus: vai haver um momento em que abrem os portões e saem cá para fora a disparar contra a polícia, o que, obviamente, levará a uma resposta mortal. Mais aterrador: em menos de 24 horas percebeu-se que os irmãos terroristas não estavam sós. Num outro ponto da cidade, um outro terrorista ainda conseguiu matar gente e efectuar um outro sequestro. À medida que as horas passavam, começaram a surgir interrogações sobre a demora da polícia, que tinha ambos os locais cercados. Que esperam para agir? Que imagem de força, ou falta dela, estão a mostrar. E de repente, tudo acabou, da mesma forma que termina sempre. Com mais e mais mortos a lamentar. Mas digo que acabou sem estar, de forma alguma, convencido disso. As loucas 48 horas que se viveram, de horror e suspense, não deveriam ter acontecido. Não têm faltado políticos, polícias e militares a garantir-nos que estão atentos ao fenómeno do novo terrorismo, e que podemos dormir descansados. O primeiro-ministro francês deixou escorregar a primeira confissão: o risco zero não existe. Ou seja, se me permitem, não podemos dormir descansados. 

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