Já o fiz pessoalmente, mas digo-o agora para que muitos possam ler. A verdade é que não deve ter sido nada fácil ser Luciana Abreu a determinada altura. Muitas vezes esquecemo-nos que, por trás de alguém que brilha no palco e na televisão de forma despachada está uma pessoa cheia de história para contar. E foi parte dessa tua história que contaste esta semana a Cristina Ferreira. Falaste tão abertamente do teu estado de alma que não era preciso dizeres mais nada, nem escrever-se mais uma linha para perceber que estás magoada. Vai passar! Claro que sim. Não hoje, nem amanhã, e nem daqui a dez anos, mas um dia aparecerá uma luz qualquer que te dirá que valeu tudo a pena. Foi uma entrevista maravilhosa, daquelas que todos deviam dar para pôr os pontos no lugar certo e, acima de tudo, para que se perceba que estar calado nem sempre é a melhor opção. Falar muito também pode não ser, mas falar na altura certa é o melhor. Gostei, Luciana. Gostei porque falas dos pais. Do teu, que não vês há dez anos e está no centro da polémica nesta altura, mas a quem perdoarias se fosse caso disso, a quem estendes os braços para uma oportunidade de entendimento. E mais importante (porque foi mais mediático), contas sem reservas que o pai das tuas filhas tem um espaço aberto na tua vida sempre que entender estar com as meninas, que muitas vezes facilitas viagens e visitas para estarem juntos. Que bom! Que enorme sinal de maturidade perceber-se que, quando nos separamos, não nos separamos nunca dos nossos filhos. Que enorme sinal de inteligência aceitar que há alturas em que temos de nos fechar para um luto das coisas vivas, mas que nos matam. Devagarinho, mas matam. Parabéns, Luciana!