Esta semana é uma data importante na tua vida. Celebras 40 anos e tenho a certeza que, quando lá chegares, fecharás os olhos e vais imaginar que conseguiste muito mais do que alguém um dia imaginou que irias conseguir. Riram-se de ti, gozaram contigo, criticaram–te pelas costas, ironizaram com a tua maneira de pensar, questionaram a tua ambição e duvidaram dos teus sonhos, mas não imaginavam, coitados, que chegarias aqui. Estes 40 anos são uma espécie de celebração de vida associada a muitas conquistas que fizeste. Foste, seguramente, em Portugal, a primeira mulher a conseguir tanto em tão pouco tempo. E quando digo tanto, não me refiro ao destaque mediático, refiro-me ao esforço, à dedicação e à conquista, a notoriedade vem por acréscimo, com o que tem de bom, muito bom e mau. És uma líder, sei isso, e em várias frentes. Na televisão, vou defender sempre que, além do teu carisma e esforço, há também o costume televisivo que ajuda muito a manter números, mas é inquestionável o muito esforço que identifico no teu trabalho, que tem um truque: é feito com verdade. Gosto de ti. Gostarei sempre de gente que acredita. Fico orgulhoso de ti, porque te imagino no começo e confesso-te alguma inveja porque conquistaste muito do terreno que gostaria de ter conquistado. Não me incomoda tal confissão. Tu venceste num mundo onde fazia falta alguém assim. Tinha de ser mulher, mas não poderia ser uma mulher qualquer. O provérbio “chegar, ver e vencer” não se aplica na totalidade, porque não foi assim que aconteceu. Chegaste devagarinho com a força toda, foste vendo e antes de venceres existiu muita determinação, esforço, trabalho e abdicação… Muitas vezes não se percebe isso. Abdica-se de muita coisa porque se percebe que só assim se chega lá. Podem detestar-te e podem revirar os olhos quando lerem estas linhas, mas esta é a verdade. Amanhã não sabemos o que se passará, mas não se deve sequer questionar isto: tu, a jovem a quem tão poucos deram créditos, ficará definitivamente na história da nossa televisão. Terás ao teu lado um filho orgulhoso que tens sabido proteger deste exagero mediático onde de vez em quando te embrulhas e outras te embrulham sem quereres. Serás na Malveira a “saloia” com os pés na terra. E não te esqueceste de onde vieste. Isso, a mim, diz muito e já faz de ti uma pessoa de bem. Parabéns, querida Cristina. De coração!
P.S.: Deves-me uma entrevista. Não te esqueças!