Última Hora! Mãe de Jéssica foi detida hoje. A mãe da criança, que morreu após ser alvo de maus tratos, e tortura, fruto de uma alegada vingança, para com a progenitora, foi detida na manhã desta quinta-feira, dia 15 de dezembro. Foi também detido um jovem de 28 anos, que estará alegadamente envolvido. Os dois devem ser hoje presentes a tribunal.
Inês Tomás, mãe da criança de três anos que foi alegadamente morta em junho, às mãos de um casal e da filha que a mantiveram raptada na sua casa em Setúbal, foi deixada em liberdade na altura dos acontecimentos, mas agora tudo mudou! Seis meses após o crime que chocou o país, Inês enfrenta a acusação da Polícia Judiciária.
Inês Tomás foi esta manhã detida pela Polícia Judiciária por ter exposto a filha ao perigo. A sua conduta acabou por se revelar fatal para a menina. Inês está indiciada como coautora do crime de homicídio qualificado. Recorde-se que Inês entregou a filha aos cuidados daquela família, a quem alegadamente devia dinheiro e ocultou o rapto aos familiares e amigos. A progenitora não denunciou o caso às autoridades. Quando percebeu a gravidade do estado de Jéssica, chamou o INEM. Contudo, apesar de todos os esforços, a menina faleceria, vítima dos maus tratos que foi alvo durante vários dias.
No dia 24 de junho, os suspeitos de homicídio da pequena Jéssica, de três anos, Ana Cristina, 52 anos, o marido, Justo ,de 58 anos, e a filha, Esmeralda, de 27, estiveram presentes nas instalações da Polícia Judiciária de Setúbal, seguindo depois das 17h30 para o primeiro interrogatório no Tribunal Judicial de Setúbal.
Os três encontram-se detidos e indiciados pelos crimes de ofensa à integridade física grave, homicídio qualificado e extorsão e rapto da menina.
À saída, eram muitos os populares que os aguardavam e os ânimos exaltaram–se quando os três suspeitos abandonaram o edifício da Polícia Judiciária de Setúbal. O momento foi captada em vídeo pelo nosso jornalista presente no local.
Assista ao vídeo:
Crime chocante
Jéssica Biscaia, de 3 anos, morreu vítima de agressões brutais, em Setúbal, no dia 20 de junho. Uma dívida da mãe, Inês Tomás, de 37 anos, está na origem do crime. Tita, de 52 anos, a filha Esmeralda, de 27, e o marido, Justo, de 58, de etnia cigana, são os suspeitos pela morte e estão em prisão preventiva até ao julgamento. O perigo de fuga e o alarme social que gerou muita raiva popular levou a que fosse aplicada a medida de coação mais pesada. O trio está a ser acusado pelo Ministério Público de cinco crimes: homicídio qualificado, ofensas à integridade física grave, rapto, extorsão e coação. As duas mulheres estão no Estabelecimento Prisional de Tires e o homem nas instalações da Polícia Judiciária de Lisboa.
Violência, gritos e ameaças no funeral
Viveram-se momentos de alta tensão durante o velório e o funeral, que tiveram a presença da Polícia de Segurança Pública devido a confrontos entre os familiares e ao clima de revolta dos populares contra a mãe da criança, nos dias 23 e 24 de junho. Na cerimónia, que decorreu na Capela da Nossa Senhora da Anunciada, a avó paterna de Jéssica, Lídia Biscaia, não conteve a emoção e exaltou-se após ver o corpo da neta. Lídia tentou agredir Inês no interior da capela, tendo saído a braços com o filho, Alexandrino Biscaia, o pai biológico da menina, acusando a ex-nora de ser uma “assassina”. Transtornada, foi assistida no exterior pela equipa do INEM que também esteve presente no local mas não calou a sua revolta: “Vá ver a minha neta, está desfigurada não tem rosto… A minha neta sofreu muito, era um anjinho. Vá ver o rosto da menina, nem tem narizinho”, disse primeiramente.
“É uma criminosa”
Nas cerimónias fúnebres, Lídia revelou: “A menina passava fome! Era alimentada com bolachas e iogurtes. O meu anjinho não merecia isto. A Inês é a pessoa mais perigosa que conheço! É uma criminosa, não conheço ninguém assim, ninguém imagina o que está ali. Exijo que o meu filho pague metade do funeral e ela a outra metade, não tem dinheiro, que o arranje!”, disse em relação às despesas da cerimónia fúnebre, que custou 500 euros. Alexandrino, o pai da menina, revelou à revista TvMais que enviava dinheiro para a filha: “Estou na Holanda desde fevereiro, todas as semanas enviava o que conseguia, às vezes 40 euros, outras 70. O dinheiro que eu mandava afinal era para as roupas da Inês… Deus está a ver isto!”, revelou.
Agredida nas cerimónias fúnebres
A mãe de Jéssica foi mais tarde agredida, com um soco na cara, durante o velório, depois de uma mulher entrar na capela, abrir o caixão e observar o rosto de Jéssica. No entanto, a revolta popular intensificou-se no dia do funeral, no Cemitério de Algeruz. Inês não pôde sair do carro funerário tal era a ira dos presentes que a insultavam e a acusavam de ser responsável pela morte da filha. O carro abandonou o local a alta velocidade com a progenitora, por se temer o pior. Os populares batiam com agressividade nos vidros do veículo e demonstravam vontade de fazer justiça pelas próprias mãos.
“Não quer saber de filho nenhum“
“O que é que esta mulher veio aqui fazer hoje? Não tem vergonha, quem devia estar no lugar da menina era ela. Deu a filha à morte, é uma assassina”, disse uma mulher que conhecia a menina e Inês. “Ela não quer saber de filho nenhum, é só teatro. Não percebo como é que continua em liberdade depois de tudo o que já fez! Até rapar o cabelo e fingir ter cancro para angariar dinheiro ela foi capaz! Desculpe a palavra, mas esta mulher é uma prostituta, toda a gente aqui em Setúbal sabe que ela faz e os homens que teve. Só quer é cantar nos karaokes, não quer trabalhar!”, sublinhou, por fim, indignada.
Veja, por fim, a galeria de imagens. Última Hora! Mãe de Jéssica, a menina morta em Setúbal foi detida hoje