Foi “em ano de comemoração”, 50 anos de idade e 30 de carreira, que Marcello Novaes aceitou o desafio de dar vida ao vilão Max de “Avenida Brasil”. “Esta personagem foi um presente. Para mim, foi uma prenda poder participar numa novela tão importante e com a qualidade tão alta como esta está a ter. O Brasil parou, literalmente, às nove da noite e as pessoas só combinavam sair depois da novela”, confessou o ator à tvmais durante uma visita aos estúdios da TV Globo no Rio de Janeiro.
No Brasil, a novela chegou ao fim no dia 19, mas em Portugal ainda há muita história para ver e Marcello fala do seu primeiro vilão numa novela. “O ator, principalmente de novela, costumava ser muito rotulado. Se fazia comédia, só era chamado para fazer papéis humorísticos. Mas acho que isso está a acabar e os atores estão a ter oportunidade de fazer coisas diferentes”, começa por explicar, destacando a importância de Raí, personagem que interpretou em “Quatro por Quatro”, o seu primeiro protagonista. “E o tipo de papel que tenho hoje, com tanto destaque, é algo que um ator tem a sorte de fazer de dez em dez anos. O Max é uma consagração depois de 30 anos de trabalho, empenho, estudo e dedicação”, frisa Marcello. O galã descreve a personagem como um vilão com um passado complicado e que acaba por ter uma pitada de humor, algo que o torna simpático aos olhos do público. “Esta é a primeira personagem que eu digo que não tem absolutamente nada a ver comigo. É completamente diferente. Ele não presta e acho que o Marcello tem o seu valor. Tive de entender como é que uma pessoa pode ser como o Max e fui estudar isso”, garante, afirmando que, apesar das maldades, não é insultado na rua. “Há 24 anos, que é o tempo que estou na TV Globo, que as pessoas me veem como bonzinho, bom caráter e, na maioria das vezes, a fazer comédia. Agora veem o Marcello a fazer um vilão. Mas elas olham e veem o ator, não o Max. Sempre tive muito carinho do público”, lembra.