Enquanto para muitos o Natal é considerado uma época de celebração ao longo de todo o mês de dezembro, para outros, que não seguem a religião católica, não deixa de ser um período como outro qualquer. É o caso de José Carlos Malato, de 52 anos, que foi testemunha de Jeová até atingir a maioridade e, tal como os seus pais (Margarida e António Malato), nunca celebrou esta quadra festiva. O apresentador do programa de culinária “A Minha Mãe Cozinha Melhor do que a Tua”, na RTP1, deixou de ser crente na sua religião a partir dos 18 anos, mas, desde então, nunca se afeiçoou a esta festividade celebrada um pouco por todo o mundo. Além de não ter a tradição de fazer a típica árvore de Natal, também nunca criou o hábito de enfeitar a casa nesta altura do ano com qualquer tipo de decorações.
A noite de Consoada é assinalada em casa do clã Malato, mas de uma forma diferente do habitual e, principalmente, sem o simbolismo que tem para muitas famílias. “Juntamo-nos à mesa e comemos o bacalhau, que o meu pai gosta muito, assim como os doces”, afirma José Carlos Malato, que oferece e recebe presentes, mas só “às escondidas” da mãe. Podem até ter à mesa o típico bolo-rei. “Mas não é Natal”, diz o anfitrião, com um sorriso, especialmente porque a mãe Margarida faz questão de não assinalar a data. Estar com aqueles que mais ama, inclusive os sobrinhos, Fábio e Nuno, é mesmo o mais importante.
Mas esta não é a única festa que o anfitrião não celebra. O dia do seu aniversário (7 de março) é normalmente passado a trabalhar e sem qualquer festividade. “É uma data que assinalo, mas que não gosto muito de celebrar. Normalmente, até estou sempre a trabalhar nesse dia, quando não calha a um sábado ou domingo. Gosto de passar esse dia com o público”, conta o apresentador que, atualmente, não é crente, mas reconhece muitas mais-valias que adquiriu enquanto foi testemunha de Jeová, como os valores cristãos e as técnicas de comunicação que hoje lhe são bastante úteis na sua vida profissional.