Insatisfeita pela forma desigual como as redes sociais encaram os corpos masculinos e femininos, Jessica Ahayde usou o seu blogue para fazer o seu grito de revolta. Além de ter publicado uma fotografia onde surge com o tronco a nu (ainda que com uma barra que diz ‘censurado’), a atriz escreveu um texto onde mostra que não compreende o facto de as imagens de homens em tronco nu serem bem aceites pelas redes socias enquanto as de mulheres são automaticamente censuradas e excluídas.
Leia o texto:
“Já confessei no passado, como todos sabem, as minhas mil inseguranças sobre o meu corpo, sobre o caminho que fiz até me sentir confortável na minha pele, e que ainda faço diariamente para me sentir bem, melhor, equilibrada, saudável e o mais feliz possível.
Todas nós temos o nosso processo, que deve ser respeitado por nós e pelos outros (obviamente), e a partilha da nossa intimidade, do nosso ‘templo’, é uma decisão nossa. Só nossa.
Eu acho o corpo da mulher (mais do que homem, desculpem) lindo! Bonito! De todas as formas, cores e feitios, a imperfeição para mim torna-se perfeita e cativante e é como se fosse, digamos, Arte.
As redes sociais são a realidade da nossa atualidade onde vemos em primeira mão os resultados das eleições, seguimos as notícias ao minuto, os golos para quem não tem acesso a canais de cabo e até as fofocas que toda gente A-DO-RA! É onde partilhamos a nossa vida e onde há quem continue estupidamente a julgar… Neste caso, o próprio do Facebook, que não permite às mulheres exporem o seu corpo da maneira que querem. Decotes gigantes, rabos à mostra, tudo bem… Mas ver mamilos, já passa os limites. Alguém me explica isto? E as fotos e vídeos violentos que estou sempre a apanhar no news feed? Esses já não há problema?
No século XXI, numa rede tão grande como o Facebook ou o Instagram, não deveríamos poder fazer aquilo que queremos? Não temos o direito de expor o nosso corpo, se assim o quisermos? Porque é que o mamilo da mulher é uma ameaça e o do homem não? E quando falamos de fotografias artísticas, onde se traçam os limites?”