Testemunha de Bárbara Guimarães num dos processos em que Manuel Maria Carrilho é acusado de violência doméstica, Gabriela Sobral relatou ao tribunal um encontro que teve com o antigo ministro da Cultura e que a deixou traumatizada. “Cruzei-me com ele na pastelaria Versailles. Quando entrei, ele estava a almoçar com os filhos. No momento em que pedi uma água interpelou-me, apontou-me o dedo e fiquei com medo. Chamou-me mentirosa, aldrabona. Foi agressivo, quase a tocar-me com o dedo no nariz. Eu disse que ia chamar a polícia e ele agarrou na filha, trouxe-a de rojo para a minha frente e disse: Esta é que é a amiga da mãe. A miúda, coitadinha, ficou muito envergonhada e o miúdo também, estava sentado a tapar a cara perante aquele quadro de miséria”, revelou, acrescentando que depois um dos empregados conseguiu acalmar o professor, que entretanto voltou a sentar-se à mesa.
A diretora de Programas da SIC disse à juíza que, apesar de nunca ter presenciado qualquer agressão por parte de Carrilho, viu as marcas que a apresentadora tinha no corpo. “Na apresentação do Factor X [em setembro de 2013] foi a primeira vez que percebi que havia algo de errado com a Bárbara. Chegou atrasada, vinha de braços e pernas negras e muito nervosa. Na altura disse-me que tinha caído de bicicleta. Teve de ser maquilhada para disfarçar as marcas. Acreditei na história da bicicleta, na altura não me passou grande coisa pela cabeça”, contou.
Gabriela Sobral disse ainda não ter dúvidas qual sobre o objetivo do antigo ministro quando deu entrevistas a denegrir a imagem da apresentadora, logo após a separação se ter tornado pública. “Esse senhor quer matar profissionalmente a Bárbara Guimarães. Tem uma profunda vontade”, disse, revelando também que foi por causa deste processo e do escândalo da separação que a SIC este ano optou por não entregar a Bárbara a condução da gala dos Globos de Ouro.