Foi a grande vilã em “Coração d’Ouro” e venceu o Globo de Ouro na categoria Revelação do Ano. Depois de um 2016 em cheio, a atriz e cantora Mariana Pacheco, de 25 anos, está de regresso à SIC na nova novela “Espelho d’Água”, que estreia na segunda-feira, dia 1 de maio. Num intervalo das gravações, sempre simpática e com um sorriso no rosto, a estrelinha da estação (que celebra igualmente 25 anos a 6 de outubro) falou em exclusivo à TvMais sobre este novo desafio e da enorme cumplicidade com o colega Vítor Silva Costa, que faz seu par romântico na história. Será que o amor anda mesmo no ar?
Como estão a correr as gravações?
Bem. Ainda estou um bocadinho insegura porque não vi muita coisa, mas o feedback de quem já viu [realizadores e assistentes] tem sido bom. Acho que já encontrei um caminho e linguagem coerente para a Rita. Tenho-me sentido bem nesse registo. Ela tem uma personalidade forte, tal como a personagem anterior [Catarina em “Coração d’Ouro”], mas bem diferente. Tem sido maravilhoso e a equipa é brutal.
É a sua segunda protagonista e continua nervosa como se fosse a primeira…
Porque são desafios diferentes. Agora é pior ainda… Como a personagem anterior correu muito bem, tenho de continuar a estar à altura. Se a anterior tivesse corrido mal, era mais fácil evoluir. Claro que a vontade é de não desiludir, superar as expectativas e ir mais além. Estou ansiosa por ver o primeiro episódio, que tem cenas muito intensas.
Continua a não gostar de se ver na televisão?
Sim! [risos] Gosto de ver cenas minhas e em algumas acredito e gosto. Mas regra geral, não.
Como foi gravar nos Açores e em Ílhavo?
Foi a primeira vez que estive nos Açores, mas não deu para ver muito. Fui numa sexta-feira e voltei numa segunda. Estive a gravar o fim de semana todo e não apanhámos muito bom tempo. Ílhavo é mais calminho, não é como estar a gravar nas ruas do Porto.
Tem sido muito abordada pelas pessoas durante as gravações?
Acontece e tem muita graça. As pessoas mais do Norte têm uma reação diferente de quando isso acontece em Lisboa. Uma menina, com cerca de 10 anos, veio ter comigo e deu-me uma carta. Depois disse: ‘Podes, por favor, guardar e não deitar fora?’ Foi adorável! Era uma carta gigante… Nem sei como é que ela teve tempo de escrever aquilo tudo.
E o que dizia?
Que eu era um exemplo para ela, que queria ser igual a mim, que queria ser atriz também. Foi fantástico! No outro dia, estava na praia e duas meninas vieram ter comigo. Depois foram-se embora e ainda as ouvir a dizer: ‘Eu falei com ela, eu falei mesmo com ela… Não estou a acreditar’ [risos]. E foram-se embora aos pulos. Fiquei a olhar para elas feliz e a pensar como é que posso ter um efeito destes nas pessoas. É quando somos assaltados por esta realidade, que quando estamos a gravar não temos noção, que percebemos a forma como as pessoas nos veem, como reagem ao nosso trabalho. E, ainda por cima, viram-me na TV a fazer uma personagem que não era nada boazinha. É muito giro!
Porque diz que a Mariana e o Vítor Silva Costa vão ser o casal sensação do ano?
Primeiro, porque a nossa história é maravilhosa. Não é nada lamechas! Claro que vai haver muitos obstáculos e dificuldades que eles terão de ultrapassar para ficarem juntos. Mas há muita cumplicidade, um conforto e uma ligação muito especial e forte entre nós que não conseguimos explicar.
Ele tem tudo a ver consigo. Além disso, é do Porto e você adora a cidade.
Nós somos iguais!
[Vítor Silva Costa aparece e interrompe a conversa]
Vítor – É mais ou menos isso…
Mariana – Podes ir-te embora que eu estou a falar de ti, por favor [risos]. É isto, eu falo nele e ele aparece. Damo-nos muito bem! Temos uma forma de trabalhar muito parecida. Falamos sobre as cenas, sobre o que gostávamos que elas transmitissem e encontrar uma verdade na nossa história. Ser o mais real possível e até ter algum sentido de humor. Tanto a Rita como o António são personagens com uma personalidade forte. Depois, fora de cena, somos dois palhaços com imensa graça! [risos] Há muito bom ambiente!
Venceu o Globo de Ouro Revelação do Ano em 2016. Qual é o sentimento agora?
Feliz! Estou muito contente com este regresso à TV. Estava cheia de saudades. Não contava que me voltassem a dar uma personagem com uma personalidade tão vincada.
Volta a trabalhar com a Lúcia Moniz, depois de “Bem-Vindos a Beirais”, “Coração d’Ouro” e da peça “Quase Normal”.
[Brinca] Está no meu contrato… Só trabalho se a Lúcia estiver na mesma produção [risos]. Somos muito amigas. Ela é um exemplo para mim a todos os níveis. Como pessoa, atriz, cantora… E vou colocar algumas vozes e harmonias no novo CD dela. Não nos largamos mesmo.
E depois vai convidá-la para colaborar também no seu álbum?
Quem sabe… Vamos com calma. Tem de ser muito bem pensado. Agora estou 200% dedicada à Rita e a “Espelho d’Água”.
Porque é que as pessoas não podem perder esta história?
Porque vai abordar temas muito interessantes e atuais, como os refugiados. E outros assuntos bem portugueses, como a pesca do bacalhau. Puxando a brasa à minha sardinha, a história da Rita tem muito mistério. É uma busca por uma verdade do passado. E devem ver também por causa deste amor que acontece. Vamos ver se as pessoas torcem para ela e o António ficarem juntos no final.
Continua a falar com a Rita Blanco, que fez de sua mãe na última novela?
Tenho muitas saudades de trabalhar com ela e quero muito que isso volte a acontecer. Ela vai voltar a gravar aqui [na próxima novela do canal], por isso vamos ser vizinhas de estúdio. Estive com ela há pouco tempo, quando gravámos o hino da SIC, e continuamos a trocar mensagens. Encontrei umas coisas giras sobre cães e enviei-lhe. E ela chegou a ir ver-me ao teatro [na peça “Quase Normal”, que esteve em cena no Casino Estoril]. Ela ficou muito feliz por mim.