Eduardo Beauté usou as redes sociais para pedir desculpas a todos aqueles que ficaram magoados com a polémica que envolve Luís Borges. O cabeleireiro reconhece que não teve a melhor atitude ao expor a agressão ao ex-companheiro e as críticas que se seguiram. Leia o texto:
“A todos os que me acompanham e, acima de tudo, AOS MEUS FILHOS, quero pedir-vos desculpa por tudo o que se passou nos últimos dias.
Há fases na nossa vida em que a mágoa não fala: grita. E, no que grita, fere toda a gente. Até quem a sente.
Julguei que a minha estava menos gritante, mas descobri com o livro que escrevi que ela ainda cá está. Que ainda me afecta. Que ainda me faz ‘gritar’. Numa das noites em que voltou a doer a ausência do que não terei como um dia idealizei, voltei a servir-me do Facebook como purgante e como forma de gritar a dor. Com essa forma de agir, acabei por magoar toda a gente.
Um dia, os meus filhos poderão pesquisar na Internet a história do pai e do papá e sou, hoje, responsável, por posts que encontrarão como reflexo dessa dor que ainda me faz gritar por dentro. Por mais que os apague, sabemos que o que está online permanecerá online. Um dia eles poderão encontrá-los. Tantos que resultaram da precipitação da minha dor. E isso não é justo. Para ninguém. Acima de tudo, para eles. É por isso que vos e lhes deixo este post. Para que o encontrem também, como o virar da página necessário que todos merecemos. Todos. Também o Luís. A minha mágoa não pode hipotecar o que existia antes dela: o exemplo de família que, juntos, deixámos. As vidas que, juntos, inspirámos. Isso permanece para lá de nós e é mais importante do que qualquer dor que nos faça gritar. É, mais do que o legado que quero deixar como ser humano ou ex-marido, o legado que quero deixar como pai.
E é por isso que peço desculpa. Porque acredito que o que sentimos na dor não representa sempre o que deixámos em amor e, com isto, aprendi que é mais seguro processar esse sentir para dentro ou junto dos nossos ou, no limite, no abstracto que não magoe ninguém por culpa de uma mágoa que, um dia, também passará. Os ficha tripla sabê-lo-ão, quando viverem os seus amores que acabem. Saberão que dói. Que na dor fazemos disparates. Que nos precipitamos. Que, mesmo já não estando ligados afectivamente, tudo leva o seu tempo a passar. Mas quero que saibam a verdade sobre o que está para lá dessa dor: que são amados. Porque os amo para lá das minhas dores, de todas as que possa ter vivido e esteja a viver e que esse amor me travou de continuar a atacar quem comigo foi também responsável pelo que de melhor deixámos ao mundo: um amor para lá de géneros e origens.Que me desculpem.
E que, comigo, virem a página.
Um abraço.
Eduardo”