Ao participar no programa da Rádio Comercial “Cada um sabe de si”, Catarina Furtado revelou a Joana Azevedo e Diogo Beja que o momento mais embaraçoso que já teve na vida aconteceu quando foi assediada. Esta resposta deu que falar nas redes sociais e entre alguns órgãos de comunicação social, o que leva a apresentadora a publicar no Facebook um texto em que esclarece a afirmação que fez.
“Porque é que até então nunca o tinha dito? Porque de facto nunca calhou e porque de facto existe agora uma espécie de libertação e protecção sobre esta questão. Questão esta que tem variadíssimas variantes e que são essas variantes que me fazem escrever este post: O que eu vivi foram situações de assédio sexual por parte de pessoas que tinham funções hierárquicas acima da minha e eu ainda não era esta mulher forte e conhecedora do mundo real”, começa Catarina Furtado, para recordar a época em que o assédio aconteceu:“Era uma muito jovem rapariga, cheia de vontade de provar que gostava de trabalhar e que queria dar o meu melhor, agarrando os meus sonhos. Com mini-saia, de calças, de vestido decotado ou de fato de treino ou gola alta”.
A apresentadora garante que decidiu falar neste assunto agora para servir de exemplo, especialmente a duas jovens que lhe são muito especiais: Ora, tenho uma filha e uma enteada, a minha enteada tem 21 anos, e eu quero que hoje elas percebam que quando um homem mais velho utiliza o seu “poder” para tentar algo mais, exercendo chantagem em relação às suas ambições, elas possam dizer “Não” mas sem medo das represálias profissionais. Eu disse “Não”, com medo, e fingindo que não estava a perceber bem, arranjando desculpas e sorrindo para não nascerem conflitos irreparáveis. Consegui. Fiquei orgulhosa. Mas inconscientemente sabia que eram situações que não seria suposto contar a ninguém, nem aos meus pais”.
Para concluir, Catarina diz que é importante falar sobre assédio sexual de modo a mudar a mentalidade da sociedade: “Enquanto Embaixadora de Boa Vontade do UNFPA, há já 18 anos, e através da associação que fundei há 6 anos Corações com Coroa, trabalho todos os dias, em equipa, as questões da desigualdade com base no género e por isso não necessito de modas para falar em público. Infelizmente a nossa sociedade ainda precisa de um debate sério, sem ataques mútuos, sobre os nossos comportamentos cívicos. Um debate sobre educação para o respeito. Ainda precisa destas Modas para ver se agarramos a oportunidade!”