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Quase dois anos depois de ter trocado o Porto Canal pela TVI e a sua cidade pela capital para substituir Cristina Ferreira em “Você na TV!”, Maria Cerqueira Gomes é a figura em destaque na edição de novembro da revista “Cristina”. É aí que revela como viveu todo o processo e o que sofreu com esta mudança, que começou por ser um sonho concretizado mas que acabou por ter um preço demasiado elevado na sua vida, a começar pela distância dos filhos, Francisca, na altura com 16 anos, e João, que tinha apenas 1 ano e meio, que não soube gerir, e do então companheiro, António Miguel Cardoso, de quem acabou por se separar perto da data do casamento, como a própria conta. “Uma relação não acaba porque alguém persegue um sonho. A distância agudizou o que já estava mal”, diz sobre o separação, frisando: “A relação não acabou porque o nosso amor acabou. Isso é triste. Acabámos porque temos formas de estar muito diferentes”. As saudades dos filhos foram um tormento para Maria. “Custava-me muito o momento de entrar em casa e não ouvir o barulho, não ouvir ‘mãe’. Isso é fatal, principalmente para uma pessoa como eu, que sou de afetos e de toque. Foi horrível.”
A apresentadora tinha aceite de imediato o convite, pois “quem faz televisão sabe que há oportunidades que não passam duas vezes”, mas em pouco tempo o sonho tornou-se um pesadelo, com Maria a ter desejado continuar no canal de cabo. “Percebi que estava a fazer um esforço para ser feliz e realizar um sonho. Afinal, não estava a ser feliz a realizar esse sonho.” Além de se ver obrigada a gerir as saudades da família, teve de aprender a conquistar um lugar que tinha sido de outra pessoa e ao lado de um veterano como Manuel Luís Goucha, que, assume, por vezes não a tratou da melhor forma. “O Manel não ajudou sempre… e ele sabe, também. Não ajudou sempre e é natural, consigo perceber porquê. Foi um ano muito difícil para mim, mas foi um ano ainda mais difícil para o Manel”, explica durante a entrevista.
“E quanto mais triste, irritado e desnorteado ele estava, mais complicava a minha vida, porque estava mais atiçado. E eu notava isso no ar”, acrescenta. Foi complicado encontrar o seu lugar nas manhãs do canal de Queluz. “Estava numa posição: ‘Este programa é dele e sempre foi dele’. É muito difícil. Foi uma das grandes dificuldades que tive. Não tenho o feitio [de Cristina]… Às vezes, é preciso pôr os pontos nos is. Aquele programa era dele desde sempre. Vinha uma pirralha pôr-se no lugar de quem?! Tinha muito medo de falar por cima, de me impor. Estava muito habituada a ter um espaço só meu.” Com o tempo, foram-se conhecendo e aceitando, mas houve assuntos que ficaram por conversar. “O Manel nunca me disse abertamente que estava mal. Ainda hoje. Sei que foi um processo para todos. Acho que para os três. Consegui começar a lê-lo. Sei exatamente quando ele teve um dia melhor ou pior. Sei exatamente quando sai de uma sala de audiências e sei como ele chega. Já não precisa de dizer nada”, diz, sem rodeios.